De um apaixonado por Whisky para caras apaixonados pela vida.
Era Sábado a noite, tinha acabado de chegar da rua, e eu fazia o mesmo caminho de sempre em direção ao meu quarto, passando primeiro pela sala de visita. Nessa sala, ficava um dos lugares mais sagrados da casa: a Coleção de Bebidas.
Quem tem uma sabe. É o motivo de orgulho, e claro, de muito cuidado. “Não mexe, não toca, cuidado aí…”, são palavras comuns quando se tem alguma visita por perto. São raros os habilitados a operá-la. E quando mexem, é sempre uma ocasião especial. Posso até comparar uma coleção de bebidas a uma estante de troféus. Cada garrafa, um troféu. Que tal?
Sempre que passava por ali parava por alguns instantes e dava uma olhada. Essa noite eu parei por alguns instantes a mais. Havia uma nova caixa na estante. Relativamente grande, toda em azul, com os dizeres: Blue Label. Peguei na mão, e soltei:
“Ô pai, o que essa caix…”, e me veio a resposta em alto e bom tom, “Comprei hoje, deixa aí, é só pra mais tarde.”
Nunca vi um “mais tarde” demorar tanto.
Mas chegou. Nos reunimos em volta de uma mesa, só uma luz fraca acesa, uma música estilo lounge tocando e nós olhando pra caixa, num ato de admiração, quase reverência. Ela por dentro é toda revestida, guardando muito bem a garrafa.
Dois copos quadrados em cima da mesa, um com gelo dentro e o outro, sem nada. Um terceiro copo com água gelada fazendo flutuar alguns cubos de gelo.
A explicação é que como éramos quatro – doidos pra provar do famoso Blue Label, por sinal – o copo com gelo seria pra quem não quisesse beber “Cowboy”, e o terceiro copo, com água gelada e cubos de gelo, servia pra molhar a boca toda vez antes de beber do whisky. Realça o sabor.
A sensação de ver aquele whisky enchendo os dois copos até um pouco menos da metade, era parecida com a de quando a gente espera na fila de uma enorme montanha russa. Todos quietos, contemplativos, analisando a cena.
Ao som de “Call Me Papa”, dei meu primeiro gole de água gelada, e em seguida, do Blue. Respondendo depois às perguntas dos meus amigos, eu diria “Não cara, não raspa.”
Realmente, é suave sem perder a identidade. Agora eu entendo mais do que nunca como a Johnnie Walker é boa no que faz. Ela não te vende somente o whisky, te proporciona junto a experiência. Experiência essa tão boa, que fiz questão de compartilhar com vocês.
Aquela noite não quis saber de mais nada. Era eu, as pessoas que gosto, a música e o whisky.
Algumas considerações…
– Vale sim muito a pena guardar uma grana, e comprar um whisky como o Blue Label – que custa hoje em torno de 800 reais, podendo achar mais barato. Eu garanto.
– Compre pra si mesmo ou como um presente especial. Se o presenteado for apreciador vai gostar tanto, que é bem capaz de retribuir com outra preciosidade no futuro.
– Tenha o cuidado de beber o Blue Label da maneira mais limpa possível. Nada de acrescentar guaraná, água de côco, ou afins. A intenção é provar o whisky, como ele realmente é.
– Faça do ato, um momento, e do momento, uma experiência. Uma boa música cria a atmosfera perfeita.
– Se beber com gelo, há quem diga pra sempre usar água filtrada.
Uma palavra sobre o Blue Label
Ganhou mais prêmios do que qualquer outro whisky na categoria Premium. Possui uma mistura a fim de recriar o sabor dos antigos Walkers, e isso pode ser visto claramente na própria garrafa, que tem um visual baseado no século XIX.
São tratados com muito carinho e cuidado desde o começo. Pra ter uma idéia, são escolhidos manualmente dentre as melhores destilarias com as quais eles trabalham, algumas até não mais em funcionamento.
De cada 10 whiskys vendidos no mundo inteiro, 7 são JW. Preciso falar mais alguma coisa?
Um salve à Escócia e ao whisky e lembrem-se… “Basta fazer apenas uma coisa notável.”
Pra quem quiser conhecer mais sobre whiskys, e ter dicas especiais, não deveria deixar de ler os artigos espetaculares publicados pelo Rodrigo Almeida, aqui na Papo de Homem mesmo.
Visitem Scotch, por favor sem gelo. E também O melhor da Escócia.
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