A gente chegou a postar o primeiro vídeo na fanpage do PapodeHomem no Facebook. Trata-se do projeto Hysterical Literature, criado pelo fotógrafo Clayton Cubitt, cuja a proposta é bem simples: mulheres deliciosas lendo clássicos da literatura enquanto são masturbadas embaixo da mesa.
Cubitt já declarou:
Sim, a maioria de imprensa (especialmente online) tende a concentrar-se no sensorial, e isso é apenas parte de todo o experimento para mim. O que eu estou interessado é na batalha que o indivíduo tem entre mente e corpo, e onde a linha de frente é, e como eu posso manipulá-lo. Além disso, eu estou interessado em como as culturas traçam uma linha divisória entre aceitável e proibido, entre o alto e baixo, entre o que pode ser aplaudido e que deve permanecer oculto. Este projecto está abrindo as fronteiras em todas as direções.
E é exatamente essa gama de linhas de pensamento que me fez escrever esse texto.
A visão rasa
Link YouTube| Session One: Stoya
Mas não incorreta. É muito fácil ser seduzido pelo simples contato sexual e assistir aos vídeos aguardando apenas o gemido abafado da mulher, imaginar como deve ser ela fazendo sexo, ela sendo depravada, enfim, todo e qualquer caminho pecaminoso que você quiser percorrer com isso.
Claro que não há nada de errado em ver a coisa toda dessa maneira, mas acaba-se perdendo muito se ficar apenas com essa proposta de ficar de pau duro.
A visão artística
Link YouTube | Session Two: Alicia
O bom gosto da configuração toda feita em preto e branco, o jogo de reposição e falta de adorno somente serve para aumentar a emoção ilícita quando você percebe o que está acontecendo sob a mesa. A história fica mais erótica, assim como podemos ver, até chegar ao clímax inevitável, tanto a narrativa e física.
A beleza do cru, do natural, a plasticidade do feminino, a delicadeza na batalha erótica. Podemos observar tudo com olhos artísticos, procurando o encanto estético, a singular graciosidade do momento. Isso já adicionado à inerente excitação contida. Mas ainda tem mais para observar.
A nossa própria perversão
Link YouTube | Session Three: Danielle
E não no sentido carnal e erótico, mas na nossa gana de ver alguém sofrer, é o nosso lado perverso falando algo. Isso já acontece no sexo, quando puxamos o cabelo, quando tapamos a boca, damos tapas, apertamos pra arranhar, pra machucar. Não se trata de masoquismo, apenas a nossa perversidade humana aflorando.
Ver o sofrimento da mulher ao tentar se concentrar, mas com o acréscimo do fator sexual e erótico, transforma tudo numa incrível bomba de vontades contidas. É a tal batalha que o indivíduo tem entre mente e corpo que o criador do projeto nos fala, só que com as delícias do prazer do sexo imbutidas.
Sabendo que somos todos tarados, artísticos e perversos, tal proposta ganha novas proporções. Faço o convite: voltem todos lá pra cima e vejam novamente os três vídeos. Depois, claro, me contem o que viram.
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.