Após ter feito os dois últimos guias do Brasileirão aqui no PapodeHomem, pude perceber um padrão que acabava jogando todo e qualquer palpite no lixo.
Como o Campeonato Brasileiro sempre começa antes da janela de transferência para o exterior, você analisava o time de uma forma e, no meio do campeonato, a história era outra, tornando a missão bem inglória. Felizmente ano passado deu tudo certo para o Mengão e conquistamos o título.
Mas o assunto agora é Copa do Mundo. Como o planeta vai parar para assistir esse grande torneio, a duração é de apenas um mês e não ocorrerão transferências, trago aqui o Guia PdH da Copa 2010.
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Grupo A | Quatro seleções sem tanta esperança
África do Sul – Apesar de uma razoável Copa das Confederações sob o comando de Joel Santana, o time é fraquíssimo, e vem penando em amistosos pelo mundo, conseguindo até empatar com a bizarra Coreia do Norte. Tem todas as chances de ser o primeiro anfitrião na história a cair na primeira fase, coisa que nem Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos conseguiram.
México – Seleção que costuma dar algum trabalho em Copas, mas que há algum tempo não vem jogando bom futebol. Sofreu no começo do hexagonal final da Concacaf, mas classificou-se, como sempre. Seus destaques são o bom goleiro Ochoa e o veteraníssimo Blanco. Chega no máximo às oitavas de final.
Uruguai – A Celeste vive do passado. Nas eliminatórias, ficou apenas em quinto e penou na repescagem contra a “poderosa” Costa Rica. Mesmo contando com bons jogadores, como Lugano, Suarez e Forlan (aos botafoguenses de plantão, Loco Abreu é reserva na seleção), é um time que costuma jogar feio, na base da raça e das botinadas. Deu sorte de cair num grupo relativamente mediano, com uma França que se arrasta em campo; por isso, pode ir às oitavas. E só.
França – É nítida a falta que Zidane faz na seleção francesa, que teve seu momento de glória graças a ele. Os Bleus não vem jogando nada, se classificaram com um gol roubado de Henry e, desta vez, Zidane não volta. Como quase todos seu jogadores atuam em grandes clubes europeus, deve passar da primeira fase, possivelmente chega às quartas e o que vier depois é lucro.
Grupo B | Argentina nas mãos de Lionel Messi…
Argentina – Maradona como técnico é um engodo e o time não vem jogando muita coisa. Mas tem grandes jogadores, toda a tradição e principalmente Lionel Messi, que brilhou intensamente nas seleções de base, na olímpica e no Barcelona, mas está devendo na principal. Se ele jogar o que se espera de um melhor do mundo, disputa o título. Se pipocar…
Nigéria – Da seleção destaque na década de 90 (o Brasil na Olimpíada de 96 que o diga), só sobrou o velho Kanu, se este for à Copa. Tornou-se mais um time tipicamente africano: muito vigor físico e pouca criatividade. Só conseguiu se classificar graças a um vacilo inacreditável da Tunísia, que perdeu para Moçambique na última rodada das eliminatórias. Seus destaques são Mikel, do Chelsea, e Obafemi Martins, do Wolfsburg. A julgar pelo que mostrou na última Copa Africana, boas chances de cair ainda na primeira fase.
Coreia do Sul – A Copa não será lá, a arbitragem não estará a favor e Guus Hiddink não é mais o técnico. Mais do que correria e algum trabalho, não dá para esperar mais dos sul-coreanos. Seu destaque é o meia Park Ji-Sung, que joga no Manchester United. Se der muita sorte, pode chegar às oitavas.
Grécia – O time que surpreendeu o mundo ao vencer a Euro 2004 voltou ao normal ao não se classificar para a Copa de 2006, mas agora retorna ao cenário mundial. A seleção grega renovou-se, mas o técnico é o mesmo de 2004 (Otto Rehhagel), e vai jogar na base da retranca. Apronta alguma coisa se os deuses gregos estiverem com o mesmo humor de 2004.
Grupo C | Quem vai mais longe, Inglaterra ou Estados Unidos?
Inglaterra – Será que desta vez a Inglaterra vai em frente? Que o time é bom, ninguém discute: possui uma defesa sólida, com Terry e Ferdinand, meias da qualidade de Gerrard e Lampard, e um Wayne Rooney fazendo gols atrás de gols, além de toda a experiência de Fabio Capello no comando. Não terá Beckham nessa copa, contundido. Passa da primeira fase sem sustos; se não amarelar como das últimas vezes, chega às semifinais.
Estados Unidos – A grande questão que envolve a seleção americana é: será que conseguirá manter o nível apresentado na última Copa das Confederações? Dempsey e Donovan jogaram muito, os americanos bateram a favoritíssima Espanha e deram sufoco na final contra o Brasil. Se jogarem um terço do que jogaram, passam de fase tranquilamente. Podem dar algum trabalho, como em 2002, quando chegaram às quartas de final e quase eliminaram a Alemanha.
Argélia – Já conseguiu uma proeza ao eliminar da Copa o favorito Egito. É um time que prima pela organização defensiva. Não se deve esperar algo como em 1982, quando estrearam vencendo a Alemanha. Ficam na primeira fase e olhe lá.
Eslovênia – Típico futebol europeu: muita organização tática, pouco talento individual. Nessa, conseguiu deixar a Rússia de Arshavin e Guus Hiddink fora da Copa. Dará algum trabalho, mas não muito.
Grupo D | Gana, a melhor seleção africana
Alemanha – De 1982 para cá, a forte Alemanha chega sempre, no mínimo, às quartas de final. Apesar de uma certa renovação, os destaques da seleção do técnico Joachim Löw são os mesmos de 2006: Ballack, Klose e Podolski. Os dois últimos não estão em boa fase, podendo abrir espaço para o brasileiro Cacau, do Stuttgart. Outro brasileiro, Kuranyi, do Schalke 04, artilheiro do campeonato alemão, brigou com o técnico, mas a imprensa alemã faz lobby por sua convocação. Apesar dos problemas e do grupo encardido, deve honrar sua tradição em Copas.
Austrália – A Federação Australiana aprendeu a lição, depois de muito ralar para voltar a uma Copa, em 2006. Ao invés de ficar na fraquíssima Confederação da Oceania, sempre disputando vaga contra times sulamericanos, pediu transferência para a Confederação Asiática, na qual disputa diretamente quatro vagas para a Copa – e lá a Austrália sobra. Com isso, será presença constante nas Copas a partir de agora. O que não quer dizer que fará bom papel nesta. Tem jogadores bons (como Cahill, do Everton, e Kewell, do Galatasaray), mas pegou um grupo complicado. Só passa de fase com muita sorte.
Sérvia – Após a pífia participação na Copa passada, para a qual levaram de 6 da Argentina, os sérvios estão dispostos a mostrar serviço em 2010. Deixaram facilmente a França para trás nas eliminatórias, e resta saber se isso é suficiente para uma Copa. Seus destaques são os zagueiros Ivanovic, do Chelsea, Vidic, do Manchester United, e o meia Stankovic, da Inter de Milão. Passar de fase já é lucro.
Gana – Incomodou bastante os adversários na última Copa, conseguindo passar de fase, só parando no Brasil. Como a Costa do Marfim não vem jogando bem, é a seleção mais consistente da África, tendo sido vice-campeã continental. Seus destaques são os meias Muntari, Appiah, e principalmente, Essien. Sobre este último, paira uma dúvida: uma contusão ameaça deixá-lo fora do mundial, o que seria um baque nas pretensões ganesas. Com Essien em campo, é uma candidata a surpreender.
Grupo E | A forte Holanda e o sofrível Japão
Holanda – Passeou nas eliminatórias e foi a primeira seleção a garantir vaga em campo. Vive um excelente momento. Dois de seus principais jogadores – Robben, do Bayern Munique, e Sneijder, da Internazionale – estão arrebentando em seus clubes. Se mantiver o ritmo, irá longe nessa copa.
Dinamarca – A era da “Dinamáquina” já passou. Hoje em dia, a seleção dinamarquesa joga um futebol bem comum, disciplina tática e alguns lampejos no ataque. Provavelmente não terá seu goleiro titular na Copa, pois ele sofreu uma luxação no cotovelo num jogo do campeonato inglês. Mas conta com a boa fase do atacante Bendtner, no Arsenal. Deve passar de fase, se os camaroneses não surpreenderem.
Japão – Mais uma vez, o Japão deve ir à Copa para ser o saco de pancada do seu grupo. Não conta mais com os seus melhores jogadores de copas passadas, como Nakata, Ono e Nakamura, além de que poucos jogam fora do país. Enfim, o prognóstico é péssimo para os japoneses nessa Copa.
Camarões – A seleção camaronesa dependerá (e muito) de um único jogador, Samuel Eto’o, para ir longe em seu próprio continente. Se Eto’o brilhar, especialmente nos dois primeiros jogos contra Japão e Dinamarca, Camarões mandará bem. Caso contrário…
Grupo F | Paraguai vai dar trabalho?
Itália – Atual campeã mundial, a Itália enfrenta problemas em sua preparação para esta Copa. Não foi bem na Euro 2008 e levou vareio de bola, perdendo para Brasil e Egito na Copa das Confederações. A “renovação” feita desde 2006 não revelou novos talentos; se o técnico Marcello Lippi não abrir o olho, poderá fazer fiasco. Passará de fase pois seu grupo é fácil, mas daí para a frente, terá que contar com a tradição e a camisa Azzurra.
Paraguai – Classificou-se sem maiores sustos na zona sulamericana e poderá dar algum trabalho nessa Copa, graças ao bom trabalho do técnico Gerardo Martino. O atacante Cabañas, que levou um tiro na cabeça, é desfalque certo, mas o ataque paraguaio conta com Haedo Valdez, Cardozo e Roque Santa Cruz, para suprir sua ausência. Boas chances de passar de fase.
Nova Zelândia – Já está mais do que no lucro em se classificar para a Copa, após 28 anos de ausência. Não se pode esperar muito de um país onde o futebol é praticamente amador e os “craques” da seleção jogam no máximo em times da segunda divisão da Inglaterra.
Eslováquia – A história das Copas mostra que dificilmente times europeus estreantes em mundiais conseguem algum destaque – e este é o caso da Eslováquia. Apesar de ter feito boa figura nas eliminatórias, não se deve esperar muito. Os destaques são o zagueiro Skrtel, do Liverpool, e o meia Hamsik, do Napoli. O jogo contra o Paraguai é crucial para as pretensões eslovacas nessa Copa.
Grupo G | Brasil e o saco de pancadas da Coreia do Norte
Brasil – Sempre favorito, desta vez o time entra com os pés no chão, ao contrário do “oba oba” de 2006. No papel é um time menos talentoso do que o da Copa passada e que depende muito de Kaká para ter criatividade, porém os resultados estão surgindo. Dúvidas ainda pairam no meio campo e no ataque (será que ele leva o Neymar?), mas, só para variar, o Brasil mais uma vez entra como favorito ao título.
Coréia do Norte – É a melhor aposta para o saco de pancadas-mor desta Copa. Fizeram milagre ao se classificar para a Copa, apresentam desempenho horroroso nos amistosos até agora, e ainda por cima, caíram num grupo dificílimo, no qual são a única baba. Resta saber se o governo norte-coreano permitirá que o povo local veja ao vivo a vergonha que passarão.
Costa do Marfim – No papel, tem um baita time, o melhor dos africanos, com jogadores que atuam nas principais ligas europeias, como Drogba, Kolo Toure, Yaya Toure, Eboué, e Kalou. O problema é que isso não tem funcionado em campo. Se o técnico Sven Goran-Eriksson ajeitar o time, dará muito trabalho, com condições de ir longe. O jogo contra Portugal, na estreia, é vital para as pretensões marfinenses.
Portugal – Encontra-se em situação semelhante a da Costa do Marfim, possuindo bons jogadores, como Nani, Quaresma, Liédson, e claro, Cristiano Ronaldo, mas que, como time, não vem rendendo o esperado. Teve alguma dificuldade para se classificar e, mais do que nunca, dependerá de seu grande astro para ir longe. Novamente, o embate contra a Costa do Marfim será decisivo.
Grupo H | Espanha e Suíça passam fácil
Espanha – Após vencer com sobras a Euro 2008, a Espanha esbanjou boa técnica e uma grande invencibilidade, que acabou na Copa das Confederações, ante os Estados Unidos. É inegável que o time tem grandes talentos individuais, como Xavi, Iniesta, Casillas, Villa, Fábregas e Fernando Torres. Mantendo o nível da Euro 2008 e deixando o tradicional amarelão de lado, é favorita ao título. Terá um jogo duro nas oitavas de final, pois enfrenta um time do grupo do Brasil.
Suíça – Em 2006, conseguiu a proeza de ser eliminada sem levar um único gol, o que reflete bem qual o estilo de jogo dos suíços, pais do tradicional ferrolho. O jogo contra o Chile promete ser interessante, e é decisivo. Tirando uma ou outra dificuldade, não devem causar muito problema. Potencial adversário do Brasil nas oitavas.
Honduras – Outra seleção que conseguiu voltar ao cenário mundial após 28 anos, o desejo hondurenho é ter uma participação digna, como em 1982, quando criou dificuldades para todos os adversários. Alguns jogadores atuam fora do país em times da 1a divisão de Itália e Inglaterra, como Figueroa, Alvarez, Palacios e Suazo, o que será pouco para os catrachos. Devem cair na primeira fase.
Chile – Como sempre, apresenta um bom ataque e uma defesa fraca. El Loco Bielsa terá muito trabalho para fazer o Chile passar de fase; se conseguir, ainda deverá ter o Brasil pela frente. Conta com o talento de Maldonado, Valdivia, Alexis Sanchez e Humberto Suazo para passar de fase, mas dificilmente vai além disso.
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Agora queremos saber se você concorda com nossa análise. De qualquer forma, vamos seguir falando sobre a Copa.
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