Na terça, 22 de novembro, foi aprovada na Assembléia Legislativa de São Paulo o projeto de lei que proíbe garupas nas motos em dias úteis, assim como o uso de capacetes e coletes com o número da placa colado na parte de trás em cores berrantes.
Segundo o autor do disparate em forma de projeto, Jooji Hato (PMDB), seu objetivo é diminuir os acidentes no trânsito e a criminalidade nas cidades, pois os bandidos tenderiam a optar por motos na hora de cometer crimes.
Aliás, o deputado Jooji Hato, que já foi denunciado por tráfico de influência, condenado a devolver ao estado verba ao estado por não recolhimento de imposto e foi um dos vereadores que não quiseram investigar a corrupção dos fiscais em São Paulo, certamente é alguém que deve ser vigiado de perto pelos eleitores de São Paulo.
Juntamente com a lei que proíbe o uso de celulares em bancos, essa também demonstra como o Estado é eficiente em punir o cidadão honesto pela incompetência governamental em prover segurança efetiva. O povo também é punido por seu próprio desinteresse político, que coloca no poder homens que usam a máquina legislativa como arma contra a população ou somente como palco para aparições políticas. Nesse caso, a punição é por merecimento.
É papel do Estado manter a lei e a ordem punindo e reformando os infratores, ou remendando as leis, maquiando a desordem e punindo o cidadão?
Seguindo esse método de atacar o doente e não a doença, faz se necessário uma lei que proíba carro nos dias úteis (uma vez que são usados em seqüestros) ou restringir o uso de computadores (já que são o meio para fraudes em bancos e em outro órgãos). A lista é grande.
Mas o crime sempre acha um jeito de se adaptar às dificuldades. À sociedade, resta também se adaptar ao aumento de carros nas ruas e de passageiros nos ônibus e trens, as únicas opções que restaram aos sem-carona.
Hoje, uso barras de ferro em minha janela, não uso celulares em bancos, tenho restrição de horários por medo da violência, já não posso dar carona em minha moto. O que mais vão me tirar?
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