Há muito tempo a audiência da Fórmula 1 não era tão grande como em 2008. No Brasil, a Stock Car tem nesse um dos melhores anos nos últimos tempos.

A GT3 traz para as pistas brasileiras superesportivos como Porsches, Ford GT40, Dodge Viper e Lamborghini Murcielago. No entanto, o automobilismo brasileiro, em geral, não vive um de seus mais férteis momentos.

Categorias menores de turismo lutam com as federações estaduais para sobreviverem. Falta incentivo das entidades responsáveis por fomentar o esporte e falta patrocínio. Muitas vezes o piloto, apaixonado por automobilismo que insiste com essa ingrata carreira, precisa desembolsar dinheiro do próprio bolso para correr. E esse, não é um esporte barato.

Categorias que brilham na mídia precisam esforçarem-se para permanecerem sob os holofotes. É importante aparecer e divulgar a marca de seus patrocinadores. Muitas vezes categorias como essa tornam-se caras e, portanto, muito mais profissionalizadas. O piloto comum, novato,

precisa muito mais do que talento para conseguir um bom patrocínio que o permita disputar provas de competições como essa. É difícil iniciar no automobilismo atualmente sem os recursos necessários.

Nem sempre foi assim. Houve uma época em que corridas de carros arrastavam multidões para as pistas. As divisões de competição de Simca, Willys, e DKW, por exemplo, travavam batalhas históricas nos autódromos nacionais. O público aglomerava-se em barrancos nas proximidades dos eventos. Subiam em árvores, levavam a família, faziam churrasco… Tivemos Fittipaldi, Piquet, Ingo e Senna na Fórmula 1.

Bastidores da Classic
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Os ilustres pilotos que demonstravam talento atrás do volante, arregimentavam verdadeiros exércitos de fãs nas arquibancadas. Pilotos morriam nas pistas. O esporte, em seu auge, inspirava os automóveis que as montadoras vendiam para o consumidor comum. Nunca se fabricou tantos esportivos fora-de-série como naquela época. Devia ser maravilhosa essa era que poucos de nós vivemos.

Entretanto, como já falamos por aqui, a Super Classic paulista nos trouxe a chance de sentirmos o gostinho de como era ver os antigos esportivos degladiarem-se nas pistas.

É indescritível a sensação de assistir hoje, em 2008, os antigos de competição saudáveis como eram há 30 anos atrás. Por alguns instantes, você fica tão absorto no espetáculo que passa a acreditar que está realmente presenciando os tempos áureos do automobilismo brasileiro.

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A Fórmula Classic

Para melhorar o panorama, assim como em São Paulo, no Rio Grande do Sul já é possível sentirmos novamente o sabor de assistir disputas entre bólidos como Landau e FNM JK. A nostalgia é grande desde 1999, quando a Fórmula Classic começou a trazer público para os autódromos e antigos de competição para o grid.

Engana-se quem acha que essa é uma categoria que almeja apenas exibir automóveis de coleção. Os pilotos não brincam em serviço e rasgam as curvas dos autódromos gaúchos em alta velocidade. Tarumã, Santa Cruz do Sul, Guaporé, sol, chuva, em qualquer lugar e com qualquer tempo, os antigos da Classic estão prontos para derreter pneus.

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Fuscão do mal vs Alfa Romeo
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Observe o interior desse Alfa Romeo

Alem de simpática, a categoria é palco de pegas alucinantes que nos lembram que ainda há corridas feitas com paixão. Pilotar automóveis que muitas vezes ainda trazem câmbio na coluna de direção não é uma tarefa fácil. Alfas, Passats, Mavericks, Fuscas, Pumas, Chevettes, dentre outras preciosidades, brigam por posições roda a roda.

Muitos automóveis são totalmente preparados para competição e possuem gaiola santo-antonio interna, rodas tala larga calçadas com pneus slick, peso aliviado e um pesado veneno no motor. Porém há também espaço para aqueles que são praticamente originais mas que desejam exibir na pista o verdadeiro pedigree esportivo de seus carros.

A Papo de Homem conversou com Ricardo Trein, piloto e organizador da Fórmula Classic, que nos contou um pouco mais sobre essa fascinante categoria do automobilismo gaúcho. Enquanto você espera pelo nosso bate-papo a ser publicado mate a sede com o teaser que preparamos para você:

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Crédito das imagens para o blog Fórmula Classic.

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Ilustradora, engenheira civil e mestranda em sustentabilidade do ambiente construído, atualmente pesquisa a mudança de paradigma necessária na indústria da construção civil rumo à regeneração e é co-fundadora do Futuro possível.