Na conta de Adriano Silva, a matemática do empreendedorismo é simples: some sua energia empreendedora a problemas que façam sentido a serem resolvidos para o outro. Nada de receitas prontas, planos mirabolantes ou DO's & DONT's que você deve seguir à risca para colocar um negócio de pé: para o jornalista, empreender é mais um jeito de olhar e fazer do que um CNPJ.
"O empreendedorismo é uma ética, um jeito de viver, de ver e fazer as coisas. A atitude empreendedora independe de você ter uma startup. Você pode ser um grande inovador trabalhando numa corporação."
É mais sobre se deixar contagiar pela possibilidade de criar uma coisa nova do que pela necessidade de construir uma empresa para chamar de sua. Pessoalmente, vejo um bocado de empresas que abrem e logo fecham, iniciativas disruptivas que não cruzam nem a linha do primeiro aniversário e grandes ideias que não encontram eco nas pessoas.
Será que o problema é que lançamos projetos megalomaníacos demais em vez de lançar pequenas ideias prontas para darem errado?
"Ouvi uma síntese da minha querida amiga Natália Garcia, do Cidade para Pessoas, que precisamos de projetos suficientemente pequenos para falhar, aprender com eles e seguir andando."
Também conheci Natália Garcia, embora, talvez, ela não se lembre de mim. Estávamos no recém-inaugurado Preto Café — espaço disruptivo, que se propõe a abrir os gastos totais para o consumidor e deixar que paguem o que consideram justo. Ela, sentada ao meu lado, rabiscava num caderninho. Desenhos e frases. Fiquei interessada, pedi pra ver e emendamos uma conversa. Contou-me do seu projeto e vi ali, naquela mulher de jeito tão sereno, alguém disposta a transformar sua realidade. O seu Cidade Para Pessoas é um projeto de investigação que interpreta e experimenta ideias para uma cidade mais humana. Natália tem o olhar empreendedor que Adriano tanto fala. Mas, mais que isso, ela não tem medo de experimentar, errar e seguir em frente.
Talvez o problema, no fim das contas, é justamente esse: temos mais medo de errar do que coragem de tentar — e assim vamos perdendo uma oportunidade incrível de aprender. Sempre cabe a pergunta: estamos empreendendo apenas por status ou pela vontade genuína de gerar soluções para as pessoas?
E para quem também quer tirar projetos da gaveta, Adriano diz que é fundamental unir propósito com oportunidade: "Se tiver sentido só para o outro, você tem um business, mas não tem um propósito; se você fizer sentido só para você, para o que gostaria de fazer, você pode ter o propósito, mas não terá o business".
Tem uma ideia no papel e bateu curiosidade para ver mais dicas? Assista ao Papo com a gente e depois conta aqui nos comentários: de que forma você desenvolve esse olhar empreendedor no seu trabalho ou em projetos pessoais?
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Nota editorial: essa é última parte da entrevista com o Adriano Silva, jornalista, empresário e criador do Projeto Draft. Na próxima semana, soltaremos o vídeo da entrevista na íntegra. 😉
Aqui e aqui você confere as outras conversas.
Digam nos comentários se preferem assim ou com um único vídeo, mais longo, como fizemos com os quatro primeiro episódios?
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Conversas bem pensadas pedem uma cerveja no ponto. A Cervejeira Consul tem controle eletrônico de temperatura para deixar sua cerveja perfeitamente gelada e sem complicação.
Consul será o Mecenas da segunda temporada d'O Papo. Vamos trazer convidados que tem ideias bem pensadas para dividirem suas visões, provocar, questionar e, por que não?, brindar conosco.
Toda semana uma entrevista diferente aqui no canal do Papo.
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