O desafio acima – parte do projeto Carona Interativa – foi proposto nessa Sexta pelo Jefferson Jess, autor convidado do artigo “10 dicas para pegar carona: o resgate de um estilo de vida!”, que vocês leram em Abril do ano passado.

816km.

R$0,001 por quilômetro.

Seria possível?

O começo da aventura está narrado aqui. A resposta para a pergunta acima, no texto abaixo. Apertem os cintos.

carona-expedição-2

Se tudo der errado, dá pra comprar um Tic-Tac…

17h30

Não conhecia o Jefferson pessoalmente. Apenas seu blog.

Eis que hoje, por volta das 17h, um pouco depois de acordar da ressaca estrondosa de sábado à noite, o cara me aparece no msn.

“Fala, Guilherme, tô em sampa. Vim para a Adventure Sports Fair. E a viagem toda está sendo feita de carona com R$1 no bolso. Agora tô precisando de uma carona até algum posto na BR-116. Tem como me dar uma força?”

Bom, eu já pagava um pau pra esse curitibano que roda Brasil afora abanando o dedo. Tem que ter peito. Com ele na cidade não havia desculpa para não ajudar.

Inicialmente ele deu a idéia de soltar um post no PdH, conclamando os nossos fiéis leitores a contribuirem com uma carona. Até comecei a escrever o post. Mas na sequência notei que já eram quase 18h, anoitecendo e com previsão de chuva. Em pleno Domingo. Sabe de uma coisa? Melhor não abusar da boa-vontade dos leitores.

“Jefferson, tô indo ae!”

Dito isso, o passo seguinte foi dado pelo meu grande amigo, companheiro de aventuras, e gremista(sofredor) fanático, Roberto Del Grande. Ele estava escalado como piloto pra jornada, e com uma ressaca monstro. Até dispensou assistir a vitória do seu time sobre o Náutico, quem diria. A navegação ficou por conta do Google Maps do iPhone, salvador da pátria.

18h45

Saímos de casa.

19h15

Chegamos na Adventure Sports Fair e pegamos o Jefferson. Já está escuro. A bateria do iPhone já cai abaixo dos 30%. O papo foi interessante pacas, fez o tempo passar rápido, pegamos boas dicas práticas sobre o nômade lifestyle em primeira mão. Pior, fiquemos sabendo de perrengues absolutamente bizarros enfrentados pelo nosso viajante. Que, infelizmente, não devem ser descritos aqui em prol da segurança dos envolvidos.

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Detalhe: ele trabalha em uma agência de publicidade e a chave ficou em sua mão. Se não chegar em Curitiba logo cedo, ninguém trabalha.

20h30

Começa a chover.

Ao longo da estrada nos perdemos uma ou duas vezes, nada sério. Munidos de Doritos, Pepsi e brejas, eventualmente alcançamos a BR-116. O posto policial rodoviário estava praticamente deserto. Não era um boa. Alcançamos um posto Shell. Igualmente sinistro. A chuva aumenta. A bateria do iPhone chega em 10%.

20h55

Encontramos um posto BR com alguns caminhões. Parece promissor, pelo menos mais do que os anteriores. Pergunto ao Jefferson se está ok descer nele. Ele afirma que sim. Encostamos e registramos uma foto para a posteridade.

foto
PdH, Jefferson & Del Grande. Local: BR-116, posto desabitado número 3.

20h56

Dou uma ligada e checo se o prospecto está positivo. Ele diz que sim, que vai se virar, a incerteza faz parte da aventura. Fiquei com uma pulga atrás da orelha, mas confiei no taco do profissional.

22h

Conseguimos voltar pra casa apesar do temporal e fazemos um pit-stop no Big X Picanha. Tudo isso sem precisar da bateria do iPhone. Usamos o resto dela pra checar os resultados da rodada do Brasileirão. Cruzeiro deu de 3 no Internacional fora de casa, boa!

22h45

De volta em casa. Apago no sofá.

1h50

Acordo. Começo a escrever esse post. Entro no Twitter do Jefferson e leio o seguinte:

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A mensagem foi enviada por volta das 22h. Ele comentou que nunca havia gasto mais de 30min pra pegar uma carona. Já estava ilhado há mais de uma hora.

Lembrei de um de seus conselhos:

“Ficar muito tempo parado desperta olhares de curiosos e malandros, que sempre aparecem depois de certa hora, até mesmo nos lugares mais despovoados.”

Fo-deu.

2h20

Encerrando o post, checo o Twitter da expedição novamente e vejo updates de… sucesso(?).

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Vida de caronista não é pra qualquer um. Anotem isso, crianças.

Quer se envolver?

Leia as 10 Dicas e visite o Carona Interativa.

Guilherme Nascimento Valadares

Fundador do PDH e diretor de pesquisa no Instituo PDH.