A despedida do Corinthians do Clube dos Treze ameaça seriamente a entidade que congrega os maiores clubes de futebol brasileiros. E de quebra o futebol nacional como conhecemos atualmente.
Para chegar ao xeque-mate a CBF distribuiu títulos a rodo. O Palmeiras, por exemplo, foi campeão duas vezes em 1968. E o Flamengo ganhou um título de um campeonato que não participou.
Lembrando que em 1987 o Clube dos Treze organizou um campeonato e a CBF outro. Os campeões do clube depois se recusaram a jogar contra os melhores da CBF (Sport e Guarani) e mesmo assim a entidade máxima do futebol brasileiro decide dar o título para os cariocas 24 anos depois.
O cenário da fragmentação ainda não está claro. Em poucos países os clubes negociam em separado os direitos de transmissão e ganham rios de dinheiro com isso. O maior exemplo é também o mais pessimista. Real Madrid e Barcelona recebem tanto da TV que montam super times quase imbatíveis. Quase como os campeonatos estaduais por aqui.
Por outro lado, a fragmentação da torcida brasileira é muito maior do que a espanhola. Lá, 60% das pessoas torcem por um dos dois. Aqui, precisamos dos 8 maiores para chegar ao mesmo número. E mais: a fragmentação é regional nos 4 grandes polos de futebol (SP, RJ, RS e MG).
Sendo mais claro, Corinthians X Flamengo tem menos audiência do que horário político em Porto Alegre. Isso torna a transmissão irrelevante para o mercado. E irrelevância não gera boa publicidade. O porém é que dificilmente se manterá o formato proporcional (ou quase isso) de distribuição de receita que impera hoje.
Uma boa saída, e possível, embora bastante otimista, seria cada clube organizar seu canal de transmissão via web ou TV a cabo. Simples assim. Ao invés de comprar um pacote com todos os jogos do Brasileiro, por exemplo, os torcedores do Cruzeiro poderiam ter acesso a um canal dedicado a notícias da raposa, que passe todos os jogos, exclusivas, conteúdo especial cruzeirense e sabe-se lá mais o quê.
O certo é que o futebol em 2012 será bem diferente de agora.
Fontes:
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