Eles trabalham sete dias por semana — independentemente das condições do tempo ou das pretensões pessoais –, nunca tiram férias, não recebem (nem pedem) suborno e o melhor de tudo: eles não precisam ser pagos para fazerem o que fazem (provavelmente de melhor).
Eles são os guardinhas de trânsito de Bangalore, na Índia. E eles estão de olho.
Infelizmente nem se trata de mais uma obra da nova maravilha da humanidade, a impressora 3D, mas apenas bonecos de papelão amarrados a postes com o intuito de inibir as infrações de trânsito do conhecidíssimo trafego caótico indiano.
“Os policiais não podem ser onipresentes em cada estrada e cada junção, porque não temos essa força. Aqui, a tendência entre os motoristas é de, sempre que veem que não há guardas de trânsito, em qualquer trecho da estrada, tentar violar as regras” diz o Dr. MA Saleem, Comissário adicional de Polícia à NDTV (canal de TV indiano). “O impacto tem sido muito bom. Um monte de gente, quando veem (os guardas impressos) a uma distância pequena, eles imediatamente voltam para trás. Um motorista até foi visto conversando com um dos bonecos”.
Mas aparentemente a coisa toda vem dando certo. “É bom. De longe parece um policial de verdade “, disse um motorista. “Duas ou três vezes achamos que era um policial de verdade ali e desacelerei”, disse outro. Isso até um transeunte roubar um dos bonecos. Sim, um policial — mesmo que de papel — foi roubado. Para evitar que coisas assim aconteçam de novo e para pegar mais infratores de trânsito, as autoridades planejam equipar os recortes de papelão com câmeras de vídeo.
Nada que não tenha acontecido por aqui, em território brasileiro.
Na entrada de Belém do Pará, segundo nosso editor Luciano Ribeiro, o presidente norte americano, Barack Obama, serviu de guardinha de trânsito impresso nas obras da BRT (“Bus Rapid Transport”, uma linha rápida de ônibus).
Na gestão do último prefeito, as obras começaram e eles preciavam de “alguém” pra prevenir possíveis acidentes na área. Nada como alguém de respeito, mesmo colado chapado em papelão, para servir o propósito. Rapidamente o boneco ficou famoso na cidade, também foi roubado e substituído por outras sósias do atual presidente dos Estados Unidos e, claro, virou atração para fotos e todos os tipos de chacota.
Cada um faz com o que tem.
Link YouTube | “Eu sou o Obama (Obama Obama Obama Obama Obama)”
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