Estamos sofrendo uma crise do conteúdo. Mas será que o problema é demanda ou a necessidade de um novo modelo de negócio?

Recentemente, a Wired publicou um artigo sobre a enxurrada diária de informações que recebemos, comprovando que, sim, demanda há. Para termos uma ideia, a cada minuto, mais de 400 horas de vídeo são publicadas no Youtube; diariamente, mais de 800 milhões de fotos são postadas no Instagram; somente a Netflix consome mais de um terço da internet dos EUA.

No meio desse mergulho informativo constante, é impossível ver, ler, ouvir tudo o que nos interessa. Sabemos, afinal, o que estamos perdendo?

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Na segunda parte d'O Papo com Adriano Silva, o jornalista e empresário dá a sentença: "Quanto mais informações temos no mundo, mais precisamos de curadores que de maneira rápida, segura, eficiente e com sensibilidade nos mostrem onde está o conteúdo que precisamos".

O problema, agora, parece outro. Como essas referências editoriais serão remuneradas daqui pra frente? Como as operações serão sustentadas? Pontos que surgiram durante a conversa com o PdH e que o jornalista também levantou no artigo Pequeno Manifesto sobre o atual estado das coisas para quem vive de produzir conteúdo, publicado pelo Draft.

Nós, que produzimos conteúdo, sentimos na pele esses dilemas, dia após dia. Atire a primeira pedra quem nunca implorou para aquele amigo jornalista corrigir rapidinho o artigo de cinco páginas da faculdade; quem nunca pediu para o colega social media produzir de graça "uma ou duas linhas pra eu colocar na página da minha startup"; ou ainda aquela ajuda "na faixa" com o planejamento estratégico de comunicação da empresa. A verdade é que conteúdo tem custo. Bom conteúdo, então, nem se fala. O que fazemos é um serviço como outro qualquer e, por isso, também tem seu preço.

Peguemos o Mappa, uma das plataformas mais incríveis que já conheci e que, no meio do buraco negro que é a internet, torna a curadoria de conhecimento mais democrática e acessível. Explico: você se cadastra, responde a uma série de perguntas e, com base no seu diagnóstico, a ferramenta o guia por uma jornada de desenvolvimento pessoal. É o entretenimento trabalhando para — e não contra — você. Soa incrível, não soa? Mas você pagaria por essa curadoria?

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Filmes, palestras, podcasts, séries. Títulos que muito provavelmente teríamos deixado passar ou que ainda nem saibamos que tem tudo a ver com a gente. Não parece mais que justo pagar pelo trabalho de quem está ali escolhendo a dedo esse conteúdo pra você?

O paradigma de negócios tradicional de um veículo de comunicação precisa ser reinventado — e a mentalidade daqueles que se beneficiam de seus produtos também. Adriano diz que não há fórmulas prontas, mas acredita que a transformaçao é urgente.

"Está todo mundo buscando jeitos de sustentar sua operação. Mas o que eu sinto, o que eu tenho certeza e estou apostando minha carreira nessa premissa é que a grande curadoria e o grande editor terão cada vez mais valor dentro dessa profusão de ruídos que nós temos a nossa disposição na hora em que consumimos conteúdo."

Queremos saber: e você, de que forma consome conteúdo? Conta pra gente aqui nos comentários como seleciona as informações no meio de tantas possibilidades disponíveis na internet.

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Nota editorial: essa é segunda parte da entrevista com o Adriano Silva, jornalista, empresário e criador do Projeto Draft. Na próxima semana, soltaremos a última parte dessa conversa. 😉

O primeiro papo você pode ver aqui.

Digam nos comentários se preferem assim ou com um único vídeo, mais longo, como fizemos com os quatro primeiro episódios?

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Mecenas: Consul Cervejeira

Conversas bem pensadas pedem uma cerveja no ponto. A Cervejeira Consul tem controle eletrônico de temperatura para deixar sua cerveja perfeitamente gelada e sem complicação.

Consul será o Mecenas da segunda temporada d'O Papo.  Vamos trazer convidados que tem ideias bem pensadas para dividirem suas visões, provocar, questionar e, por que não?, brindar conosco.

Toda semana uma entrevista diferente aqui no canal do Papo.

 

Gabrielle Estevans

Gabrielle Estevans é jornalista, editora de conteúdo e coordenadora de projetos com propósito. Certa feita, enamorou-se pela palavra inefável. Desde então, também mantém uma lista de pequenas coisinhas indizíveis.