O primeiro texto no qual pousei a vista hoje foi um curtíssimo escrito por Jason Fried, fundador do Basecamp. O Basecamp é o Waze da gestão de projetos, uma ferramenta que simplesmente funciona como deveria. Usamos há anos no PapodeHomem e no Escribas, não poderia recomendar mais.
Por trás de um projeto que torna complexidades tão elegantemente simples, é natural encontrarmos uma mente digna de nota.
Jason faz jus à expectativa. Autor do ótimo Rework (disponível em português), sobre uma cultura mais pé no chão para o trabalho, e palestrante do TED (ele defende que o local de trabalho muitas vezes é o pior local para se trabalhar), também refletindo sobre a cultura do trabalho, escreve regularmente ótimos textos em seu Medium e no blog do Basecamp.
Recomendo acompanhar e tomo a liberdade de traduzir aqui seu mais recente artigo, que conta dos prazeres e dificuldades ao se contratar alguém:
“A pessoa que eles serão” – por Jason Fried
Às vezes alguém é uma aposta certeira. É a pessoa perfeita para o projeto perfeito na hora perfeita. Seu pedigree é excepcional, o portfólio é recheado de trabalhos impressionantes, a experiência é vasta, a pessoa é confiante na entrevista e tudo apenas se encaixa.
Até acontece, mas não é como funciona normalmente. Há bem poucas pessoas com tamanha adequação.
Ao invés disso, existem muitas futuras pessoas perfeitas. Aquelas que possuem o potencial para se tornarem o encaixe exato na função perfeita, se dados a oportunidade certa.
Quando contrato designers, procuro por futuras pessoas perfeitas. Algumas têm potencial, mas nunca tiveram as oportunidades. Seus portfólios são cheios de trabalhos medíocres, mas não porque são profissionais medíocres. É porque receberam oportunidades medíocres.
Muitas dessas futuras pessoas perfeitas estão presas em posições medíocres. Apenas nunca tiveram a chance de realizar seu melhor trabalho.
Enquanto vejo como um bônus encontrar aquela certa pessoal ideal hoje, considero mais recompensador (para mim e para o outro) tirar a futura pessoa perfeita de seu emprego medíocre. Adoro apostar em pessoas com potencial. Quando eles finalmente recebem a chance de realizar seu melhor trabalho, florescem de um modo muito especial.
E como o proprietário de uma empresa, poucas coisas me deixam tão orgulhoso quanto ver alguém alcançando a excelência de um modo que seu currículo/portfólio/referências jamais teriam sugerido que pudesse.
Para aprofundar: “É difícil trabalhar no local de trabalho“, uma excelente entrevista de Jason para a Época Negócios
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