URB-E. Uma moto elétrica que segura, numa carregada só, até 32 km de distância, chegando a uma velocidade de 24 km/h.
Claro que não se trata de uma máquina sobre duas rodas que fazem lembrar o Easy Rider ou como uma das belezinhas usadas em Sons of Anarchy. Está longe de ser um objeto de desejo, um reafirmador da masculinidade que muitos precisam provar de quando em quando ou de sempre em sempre. Mas, veja lá, a parada aqui é toda sobre mobilidade e não sobre fetiches mecânicos ou motociclistas.
A ideia é do americano Grant Delgatty, que pensou e desenvolveu a motinha pensando na mobilidade dos novos tempos.
Como um designer de produtos, aprendi a identificar onde existem problemas e oportunidades nos mercados de consumo e considerar cuidadosamente soluções de produtos para atender a essas necessidades.
Eu criei o URB-E para tratar de uma tendência de rápido crescimento que observamos nos últimos anos, conhecido como o cenário de “última milha”.
Como ambientes urbanos continuam a crescer e os congestionamentos das cidades só aumentam, mais e mais pessoas estão optando por utilizar o transporte público limpo para transitar. O problema, porém, é como se chega — a partir de sua última parada do trem — para seu destino final, caso (a distância) seja de vários blocos ou mesmo quilômetros?
Essa é uma fala dele, em texto escrito para a GOOD Magazine.
Pelo menos aqui em São Paulo, o que não falta é gente que usa transporte público e ainda tem que andar belas cotas de ruas para chegar em seus destinos. Outras param o carro em algum estacionamento para pegar o metrô, há uma distância muitas vezes considerável. Coisas de metrópole parada nos horários de pico e que caminham lentamente nas horas ditas “tranquilas”.
A moto pesa 12 quilos e ocupa quase nada. Em um vagão de metrô, ela fica confortavelmente no meio das pernas sem atrapalhar a andança de ninguém. Para quem usa carro, então, no banco de trás ou porta-malas e nem transtorno causa.
Caminhar seria a melhor opção. Sim. Mas, para sei lá eu quantas milhares de pessoas que transitam em percursos de 2 ou 3 horas entre casa e trabalho, alguns minutos em uma motoneta de 25km/h seria uma bela de uma ajuda. Ou aos que vivem os sobe-e-desce da Vila Pompeia, zona oeste de SP.
A URB-E é, ainda, um protótipo e seu criador está pedindo ajuda no Indiegogo (uma espécie de Catarse) para que a coisa toda se torne algo real.
Mais leituras sobre mobilidade
Sobre carros menores: “O meu (carro) é grande, mas eu queria um pequeno“;
Sobre não ter, mas usar carro: “Carsharing: ninguém precisa ter um carro, mas pode precisar usar um“;
Sobre valer ou não a pena ter carro (em São Paulo, mas vale a leitura sendo de outros lugares): Veículo de R$ 30 mil só vale a pena em SP se rodar mais de 17 km ao dia;
Para quem tem bike e usa metrô, o site oficial do Metrô tem diversas informações sobre quem/onde/quando.
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