Cada vez mais as pessoas se conscientizam da importância da sustentabilidade (ou pelo menos aprenderam a falar essa palavra) e as empresas pensam em causar menos impacto negativo, produzir com mais inteligência.
Embora os automóveis, principal meio de locomoção da humanidade, não sejam exatamente o principal vilão, eles estão presentes por todas as partes. E onde há automóveis, há poluição. Claro, a funcionalidade de um automóvel (seja ele um carro, um navio ou um avião) é incontestável, mas o grande problema está na produção e no abastecimento.
Para que os automóveis saiam da inércia, são utilizados combustíveis fósseis naturais e não-renováveis, recursos finitos cuja queima cria gases que afetam copiosamente o meio ambiente. Do ponto de vista econômico, sua escassez significa elevação nos preços. O barril de petróleo, por exemplo, possui forte influência na economia mundial: basta uma pequena alta em seu valor para que as bolsas de valores em todo o mundo beirem o colapso.
É por isso que as empresas do ramo automotivo incluiram em suas metas soluções renováveis com o intuito de depender menos de um combustível que é limitado, poluente e cada vez mais caro. Além disso, os materiais que compõe um automóvel são produzidos a partir de combustíveis fósseis. O grande desafio está em fabricar automóveis utilizando componentes renováveis, limpos, e fazer com que eles se movam da mesma forma.
Listo abaixo seis tecnologias sustentáveis para o futuro dos automóveis, sendo que boa parte delas já são realidade e estão presentes em veículos que vemos ao nosso redor.
1. Freios regenerativos
Freios regenerativos transformam a energia cinética (liberada durante uma frenagem) em energia elétrica. São utilizados em alguns carros e até em motocicletas.
Nos elétricos e híbridos, a energia é armazenada na bateria que faz o carro se mover. Já em veículos convencionais, é armazenada na bateria responsável pelos componentes elétricos do carro – dessa forma não é necessário utilizar combustível do motor para recarregar a bateria.
2. Hidrogênio
Hidrogênio é renovável e de fornecimento ilimitado. É o elemento mais abundante do Universo e sua queima é limpa. Automóveis movidos a hidrogênio serão sem dúvida os mais populares no futuro.
Diversas montadoras já possuem protótipos destes veículos, porém ainda há dificuldades para que estes veículos sejam produzidos em massa. Um deles é o alto-valor de produção, cerca de dez vezes mais que um veículo elétrico. Outro problema é o próprio hidrogênio, elemento ainda caro. Além disto, teria de haver uma enorme adaptação em postos de combustíveis para que os veículos a hidrogênio pudessem ser abastecidos.
3. Sistema Start & Stop
Uum dos grandes impulsionadores da sustentabilidade nos automóveis, já é usado em diversas marcas e deve vir a ser usado na maioria dos veículos do futuro, pois seu conceito é bastante eficaz. O Start & Stop funciona de modo que, quando o veículo se aproxima de um sinaleiro fechado ou enfrenta trânsito pela frente, o veículo desligue automaticamente durante a parada e volte a ser ligado quando o motorista tire o pé do freio e acelere.
Dependendo do tipo de veículo, a redução nas emissões chega a ser de 15%. O sistema também ajuda a economizar combustível.
4. Automóveis elétricos
Os elétricos são atualmente os automóveis de produção mais limpos que existem, emitindo absolutamente zero de carbono.
Entretanto, por utilizar energia elétrica, estes veículos acabam poluindo indiretamente o meio ambiente, pois a maioria da energia elétrica produzida no mundo vem através de combustíveis fósseis. Estudos demonstram que substituir os veículos convencionais por elétricos não teria grandes alterações na emissão do CO2, pois a produção de energia elétrica aumentaria na mesma proporção. Ainda há uma grande desvantagem: demora algumas horas para carregar a bateria.
Um carro elétrico, porém, pode resolver o problema de poluição nas cidades, que são um grande inimigo contra nossa saúde e bem-estar do planeta. Para se ter uma ideia, a maior parte da poluição do ar na cidade de São Paulo é proveniente dos automóveis. Veículos elétricos também reduzem consideravelmente a poluição sonora, pois são totalmente silenciosos.
5. Iluminação em LED
Diversos veículos tem adotado os faróis e lanternas em LED em sua linha. O motivo é simples: além de terem uma duração que pode chegar a 100 mil horas (isto daria mais de 11 anos ligado ininterruptamente) e ocasionarem uma economia de energia elétrica em até 70%, os faróis e lanternas em LED iluminam muito mais e não esquentam.
6. Produção verde
Vimos acima cinco tecnologias que já são realidade e que se tornarão cada dia mais populares. Hoje já é possivel possuir um veículo elétrico que não polui o ar, com freios regenerativos que utilizam a frenagem como forma de reabastecimento, sistema de desligamento do veículo quando parado para economia de combustível, faróis e lanternas em LED com melhor iluminação, economia de energia e duração praticamente infinita.
É um grande passo na sustentabilidade do nosso principal meio de transporte, mas ainda há uma outra tecnologia que é indispensável quando o assunto é sustentabilidade: o uso de materiais verdes na produção de um veículo. Para entendermos algumas possibilidades, nada melhor do que olhar para um carro recém-lançado e produzido aqui no Brasil.
Oferecimento: Citroën Aircross
Um bom exemplo de carro que vai nessa direção mais sustentável é o Citroën Aircross. Fabricado no Rio de Janeiro, utiliza 20 kg de materiais reciclados e naturais com um índice de reciclabilidade de 85%.
Para a produção de cerca de 1 kg de carpete fabricado com garrafas PET por exemplo, são retiradas do meio-ambiente cerca de 18 garrafas de 2 litros. Já para a produção de 1 kg de biopolímero são capturados cerca de 2,5 kg de CO2 da atmosfera. Multipliquem estes valores pelas 2000 unidades mensais que a Citroën pretende comercializar somente no Brasil e verão que estes números são bastante animadores.
Abaixo estão os principais elementos utilizados na fabricação do Aircross:
- TNT aparente (PET reciclado de garrafa de refrigerante), utilizados em partes de peças como o acabamento externo do teto e os revestimentos das laterais do porta-malas.
- TNT não-aparente (PET reciclado da garrafa de refrigerante), utilizado em partes de peças como o reforço do acabamento externo do teto.
- Fibras naturais de curauá, juta e sisal (material de origem vegetal e fonte renovável), que constituem o tampão traseiro e revestimentos laterais do porta-malas.
- Feltros (algodão e retalhos de indústria de vestuário), que servem como isolante acústico e base dos tapetes.
- Fibra Preta (PET reciclado na cor preta). Utilizados como acabamento dos carpetes.
- Fibra de Hayon (PET reciclado), reforço dos tapetes.
- Couro: usado em acabamento dos bancos, revestimentos das portas, revestimento do volante e outros componentes internos.
- Woodstock (pó de madeira e resina de PP), nos medalhões das portas.
- Polipropileno reciclado, nos pára-barros.
…
Todos nós podemos nos tornar mais sustentáveis no trânsito adotando medidas que favorecem a economia de combustível e a menor emissão de gás carbônico na atmosfera. Devemos dirigir mais devagar e suavemente, manter a manutenção do veículo em dia e deixar os pneus sempre calibrados. Estas são apenas algumas dicas básicas que todos podemos adotar e só dependem de nós mesmos.
Abraço a todos!
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