Comecei como modelo, com doze anos.
Fui uma criança muito precoce. Ninguém acreditava, pela minha estrutura corporal, que tinha essa idade. Porém, parei de crescer muito cedo, e a carreira acabou não indo pra frente. Anos depois, uma fotografa me chamou para um ensaio. Fiquei meio receosa, não me achava boa o suficiente. Nós crescemos com uma visão muito perfeccionista devido aos padrões de beleza já impostos, mas no fim, as fotos ficaram maravilhosas e me redescobri.
Falta nas pessoas um pouco mais de amor, com o próximo e para si. Num mundo de aparências e padrões, não se enquadrar te segrega. Sempre tive a autoestima bem baixa, e a fotografia me ajudou muito, o modo como eu me via nas fotos, o que elas expressavam… tudo isso provocou grandes mudanças dentro de mim.
A sensação de perceber mudanças acontecendo, mesmo com insegurança, alimenta a coragem de seguir em frente. Agora me aceito muito mais, não só em relação ao corpo, mas a acreditar mais em mim e como alcançar meus objetivos, hoje quase me formando em arquitetura e urbanismo, me sinto muito realizada.
As fotos são do Lucas faria de Lima.
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