Nota editorial: estamos em busca de Bom dias com homens e com mais diversidade de corpos e peles — aqui explicamos em mais detalhes o contexto atual da série, suas origens, obstáculos e nossa visão de futuro para ela. Se você é fotógrafo(a) ou tem um ensaio que deseja publicar, fale conosco pelo jader@papodehomem.com.br .
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A primeira coisa que me perguntam quando veem minhas fotos é: você não tem vergonha?
E eu respondo: Vergonha de quê? De participar de projetos que tem um verdadeiro objetivo de acabar com essa história de corpo perfeito, de que para ser bonita tem que ser magra, alta, olhos azuis, cabelos lisos e blá blá blá? Ou de participar de projetos que tem como a nudez uma forma de mostrar que sou dona do meu corpo, dona da minha vida, dona dos meus desejos e que não preciso ser homem para ser dona de tudo isso?
Ter vergonha de um homem olhar minhas fotos e me chamar de puta, vadia, fácil? Primeiro chamar uma mulher de tudo isso hoje em dia é muito fora de moda e antiquado, afinal, em que séculos estamos? O homem que pensa assim já nem quero perto de mim, muito simples.
Ninguém é obrigado a gostar, mas sim respeitar.
Não sou aquelas feministas que saem de peito de fora na rua ou que acham que todos os homens são escrotos ou machistas, sou a feminista que acorda cedo todos os dias, trabalha mais de 12 horas por dia, paga suas contas e não está nem aí para o que você pensa, seja você homem ou mulher. Sim, faço fotos sensuais, nuas porque eu gosto, porque me sinto bem, porque faz bem à minha autoestima.
Até hoje tive o prazer de posar para pessoas incríveis que me mostraram como sou linda do jeito que sou. Alle Manzano, Priss Arteaga, Ferd Santos (ensaio aqui já postado), Camila Cornelsen, Morpheu Lyma… então, para você que me julga, em vez disso se olhe no espelho e se aceite porque o motivo de você me julgar é não se aceitar e não aceitar que ao contrário de você, eu poso por motivos meus e não para agradar ou me exibir para ninguém.
As fotos são do Morpheu Lyma.
Boa semana a todos.
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