Ir ao cinema só é daquelas coisas que todo mundo deveria fazer, ao menos, uma vez na vida.

Não é a mesma coisa de comer sozinho numa praça de alimentação ou dançar na balada. É mais como um momento de permissividade: ouvir-se no escuro da sala antes dos trailers começarem, poder inventar-se como qualquer pessoa, que ri ou chora na cena de amor, fazer-se companhia.

Todos esses reflexivos são mais gostosos quando acompanhados de um filme bom. Que valha o tempo, que grude o corpo na poltrona até o fim da rolagem dos créditos.

No pente fino, segue uma lista de 14 filmes pra assistir em novembro, no cinema.

1. Ruth & Alex (05/11)

Um casal que se vê na beira da terceira idade decide se mudar. Quando não conseguem mais subir os seis lances de escadas do prédio pra chegar ao apartamento suntuoso no Brooklyn, eles começam a procurar um que tenha elevador.

Se a história parece simples, o tempero pode vir como um retrato da vida comum na terceira idade em oposição ao estereótipo que temos na cabeça.

Além disso, o filme tem Diane Keaton e Morgan Freeman. Precisa mais do que isso pra convencer?

2. Beira-mar (05/11)

Confesso que não sei chorar por ficção. Mas esse filme, seja pela história, seja pelo carinho, umedeceu as retinas por aqui.

Dois amigos, Martin e Tomaz, viajam pro litoral juntos quando Martin precisa buscar um documento pro seu pai.

É sempre bonito ver carinho nascendo.

3. As Sufragistas (05/11)

A primeira onda feminista e a luta pelo sufrágio universal em tempos de revolução industrial virou filme. Foram perseguidas, ameaçadas e silenciadas, mas não desistiram.

Helena Bonham Carter e Meryl Streep estão no longa e carregam juntas alguns muitos prêmios, tendo Meryl ganho três Oscars.

4. A Floresta Que Se Move (05/11)

Ana Paula Arósio voltou de onde quer que ela tenha estado esse tempo todo pra um gênero ainda incomum no cinema brasileiro, o suspense.

Com um pézinho em Macbeth, a história é sobre Elias, um executivo bem-sucedido de um grande banco que se casa com Clara, obcecada pelo poder. Escrúpulos desconstruídos, a matança começa.

O cinema brasileiro vem fazendo coisa boa e vale dar uma chance pra uma tentativa arriscada, não?

5. Capital Humano (12/11)

Quando um ciclista é atingido por um jipe na estrada na antevéspera de natal, duas famílias têm seus destinos definitivamente ligados.

O drama, que se mantém misterioso na descrição e trailer, atrai, principalmente, pela nacionalidade. Como será que anda o cinema italiano contemporâneo?

6. Órfaos do Eldorado (12/11)

Na volta pra casa do pai Henrique, Arminto reencontra Florita, seu caso do passado e atual amante de Henrique. Quando o pai morre, Arminto precisa assumir seus negócios e, ao que parece, sua mulher.

Mas, numa noite de drinks num bar, ele conhece a cantora Dinaura.

O filme é baseado no livro homônimo do autor brasileiro Milton Hatoum, que já é consagrado por suas histórias.

7. Deus Branco (12/11)

Esqueça tudo o que você sabe sobre filmes de cachorro – aqui não existem Beethovens 1, 2 ou 3.

O filme húngaro mistura distopia com parábola numa história que se passa numa sociedade que cobra taxas para que seus cidadãos criem cachorros. Quando Lili, uma menina adolescente, tem seu cão raptado pelo próprio pai, sai à procura do animal e acha uma verdadeira rebelião organizada.

Por mais que distopias sejam controversas quando falamos de gostos pessoais, parábolas são sempre uma crítica interessante aos nossos comportamentos humanos.

8. Malala (19/11)

A história da menina que foi perseguida e atacada por se recusar a aceitar a proibição da educação feminina no Paquistão dominado pelo Talibã virou filme.

Li e me emocionei com seu livro, onde ela conta a experiência e fala das saudades de casa – ela está morando em Birmingham, na Inglaterra.

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Pela aposta da literatura, o filme vai valer seu tempo.

9. As Memórias de Marnie (19/11)

Se você tem saudades dos desenhos japoneses da infância, o trailer vai dar conta de acionar sua nostalgia. Se você não tem saudades, vai ficar curioso pra saber o que o Japão está produzindo em cinema e, mais especificamente, a especialidade de animação.

Anna, uma menina solitária de doze anos, conhece Marnie, que mora em um castelo numa ilha isolada. Elas se tornam muito amigas, mas não demora muito pra que Anna descubra que ela não é quem parece ser.

10. O Fim e os Meios (19/11)

Outro brasileiro na lista, mais realista e pesado.

Escrito e dirigido pelo brasileiro Murilo Salles, o filme perpassa o emaranhado de política e imprensa, tendo como pano de fundo o relacionamento de Paulo e Cris.

Ele vai para Brasília fazer a gestão da imagem pública de um deputado junto da mulher, jornalista. O casamento, que já não andava bem das pernas, fica cada vez mais abalado ao passo que a campanha política do deputado fica ameaçada por rival de esquerda e Paulo toma atitudes duvidosas.

11. Já Estou Com Saudades (19/11)

A parceria entre duas amigas é o mote do longa britânico que não é nem comédia, nem drama, mas do tipo que nos faz soltar uma risada entre nós na garganta.

Milly e Jess são amigas de longa data e, enquanto a última está entre tentativas de engravidar, a primeira sofre com câncer de mama. A história ilustra as noções de sensibilidade e empatia e pode até ser triste, mas Drew Barrymore e Toni Collete dão leveza pra coisa.

12. Victor Frankenstein (26/11)

A história é clássica: um romance gótico que narra a criação de um monstro, Frankenstein, a partir de partes de corpos.

Mas esse filme, além de uma bonita fotografia e montagem de cenários e vestimentas, é contado a partir de uma perspectiva diferente – a de Igor, assistente do estudante de medicina Victor.

É na busca por imortalidade que criam não só Frankenstein, mas um outro monstro: a obssessão do estudante pela criação de outras aberrações, a qual só pode ser parada por Igor.

13. A Visita (26/11)

Fazer uma visita pros avós é programa favorito de férias. A gente tem colo, come bem e bastante, ouve as histórias de tempos atrás. Muito bom, não?

Nem sempre.

Pro Ed e pra Olivia, não. Eles são mandados pela mãe pra passar um tempo com os avós, que moram numa fazenda, mas eles logo se sentem ameaçados pelas atitudes perturbadoras que veem.

M. Night Shyamalan, que já dirigiu filmes como O Sexto Sentido, Sinais e A Vila, não deve deixar a desejar.

Pra quem gosta de um bom terror.

14. Joe (26/11)

Estou apostando todas as minhas fichas nesse aqui.

Joe, um ex-presidíario que trabalha em uma madeireira, se depara com Gary, um menino de 15 anos que busca, desesperadamente, uma oportunidade de emprego.

Quando o homem descobre as nuances familiares problemáticas de Gary e os abusos cometidos pelo pai do menino, decide acolhê-lo, mas se depara com instintos que podem lhe trazer de volta à cadeia.

Joe, que não é exatamente modelo de masculinidade para alguém, passa a ser a referência de Gary, que já se encontra atolado de responsabilidades e enclausurado em prisões masculinas.

Não sou a maior fã de Nicolas Cage, mas ele me causou arrepios já no trailer.

Vamos dar essa chance.

Marcela Campos

Tão encantada com as possibilidades da vida que tem um pézinho aqui e outro acolá – é professora de crianças e adolescentes, mas formada em Jornalismo pela USP. Nunca tem preguiça de bater um papo bom.