Aquela voz que dá um tesão... | Do Amor #17

A pessoa fala e você se arrepia, já pensa em coisa gostosa e fica mole. Manja?

Do mesmo jeito que existem as músicas para ninar bebês e comandos que deixam os cachorros obedientes, tem vezes que somos vencidos pela delícia da voz de alguém e simplesmente amolecemos.

São tantas as camadas de gostosuras, desde as que criamos com nossos interesses e anseios, ver a pessoa e adoçar as palavras que saem da boquinha dela e chegam em nossos ouvidos, um melaço em forma de pedidos, convites, afirmações. Ela dispara alguma opinião e nossos corpos automaticamente ligam seus produtores de líquidos. 

Suamos. Salivamos.

Adiciona-se na brincadeira os fatores socialmente criados que potencializam os desejos sonoros. A voz sussurrada, amaciada, ditosa. É de uma preguicinha tal que bole e bole, deixa as ancas chacoalhando dentro da cabeça, quase que sempre pedindo constantes ajudas, transformando-nos em altruístas permanentes, escravinhos dessas vontades. Eu ajudo. Sim, faço de novo se precisar.

E é de um desespero incomum. A voz é intangível, não há pedido religioso ou esforços pecaminosos que vão satisfazer suas apetências com esse poderoso artifício erótico. São, obviamente, coisas que botamos em nossa cabeça, mas imagine que na hora do sexo você tem o tato a disposição para satisfazer. Suas mãos saberão, sua língua saberá, os lábios e quadris e a parte interna da coxa. Tudo em contato constante com o que se há. E a voz? seus ouvidos podem trabalhar com toda a competência e apurar cada gemido e todos os pedidozinhos danados, um por um. Mas ter a voz, ah, isso não vai rolar.

Dos desejos platônicos, colocamos mais um.

Por isso a baita arma, porque dentro dela contém a intenção, essa sim. Porque temos tesão no jeito com que as pessoas falam, seus sotaques, suas intensidades. Mas tudo fica nuclear quando a intenção é clara, uma ligação cheia de querer, de intento.

Quantas vezes você pode afirmar "cê me ganhou logo foi no oi".

Facinho.

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publicado em 02 de Outubro de 2015, 00:00
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Jader Pires

É escritor e colunista do Papo de Homem. Escreve, a cada quinze dias, a coluna Do Amor. Tem dois livros publicados, o livro Do Amor e o Ela Prefere as Uvas Verdes, além de escrever histórias de verdade no Cartas de Amor, em que ele escreve um conto exclusivo pra você.


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