Li um bando de textos em resposta ao texto da Ruth Manus no blog do Estadão. Bons pontos, os da mulherada, mas acho que passaram longe do maior problema do desabafo.
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Primeiro que, vamos combinar, a luta da jornada carregada não é novidade. Faz algum tempo que muitas de nós estão lutando entre trabalhar pacaraí e chegar em casa, cuidar das crianças, da louça, do cabelo, da unha, do macho. Tem que fazer tudo, e fazer tudo direito.
Segundo que o que a Ruth fez, ao meu ver, foi nos tirar de um estereótipo e nos prender a outro. Mulher foda e de sucesso é aquela que engrossa a voz no banco de investimento onde trabalha, ganha uma grana preta, viaja, compra o que quer, não sabe a diferença entre alvejante e água sanitária e não, não quer ganhar um liquidificador de presente.
É, mesmo?
Não é a sociedade, os homens que estão confusos (querendo uma mulher que seja foda profissionalmente e ainda tenha os dotes estereotipicamente femininos da cozinha em casa). Nós estamos. Gravitando entre duas possibilidades: a Amélia e a mulher-macho fodástica que rejeita a Amélia com todas as forças.
Mas a real é que não é Amélia ou não-Amélia, gente. Não é masculina ou feminina. Vamos nos encontrar na escala gigante de cinza que existe quando nos libertarmos de verdade das referências estereotipadas.
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Nota dos editores: esse é um post despretensioso, um formato rápido com o qual pretendemos experimentar para compartilhar com vocês ideias e recomendações que valem sua atenção.
publicado em 26 de Junho de 2014, 13:21