Alágbára | Autor lança livro ilustrado de afrofuturismo na Casa das Rosas

"O sonho que resolve experimentar sentimentos humanos e se torna o primeiro pesadelo."

"A história tem início quando um sonho resolve experimentar sentimentos humanos, o que é proibido, e se torna o primeiro pesadelo, seduzindo outros sonhos."

Esse é o comecinho da sinopse de Alágbára, livro de afrofuturismo escrito por Henrique André que será lançado nessa terça-feira, 14, na Casa das Rosas, Avenida Paulista.

Henrique André tem 41 anos, cresceu em Petrolina, Pernambuco. Aos 17 veio para São Paulo, onde começou a estudar teatro e, a partir da dramaturgia, percebeu que preferia escrever a atuar. Alágbára é o segundo livro do autor e o primeiro de afrofuturismo.

Afrofuturismo é um movimento artístico em que se desenvolvem ficções futuristas a partir de elementos da arte e estética africana. Em Alágbára, Henrique não se prendeu a referências históricas precisas mas usou nomes da cultura Yorubá para compor o universo do livro.

Ilustração por Isaac dos Santos

Henrique conta que a ideia para o livro surgiu em 2014, quando ele pensava em fazer uma peça infanto-juvenil. A peça foi virando livro e, em 2017 que Isaac Santos entrou para o projeto como ilustrador. Foi nesta mesma época que a história passou a tomar contornos de ficção afrofuturista.

A trama conta a história de sonhos e pesadelos se relacionando com a humanidade terrena. Para Henrique, a história é sobre "como a gente dá força aos nossos sonhos, o quanto a gente alimenta nossos pesadelos e como essas duas forças batalham para nos ganhar."

Ilustração por Isaac Santos

"ÀLÁ era um sonho muito observador e encantado com as oscilações humanas, sua capacidade de amar, criar, de evoluir, crescer e mudar. Já ÌMÚNÁ não se comovia com a condição humana, era objetiva e sempre pronta para executar sua função, seguia ÀLÁ em qualquer parte, mesmo sem entender muito bem seus hábitos e suas observações,  ela sempre se sentia orgulhosa por estar em batalha ao seu lado.

[ÌMÚNÁ] - O que você tanto olha? Qual o propósito? Qual a razão de estarmos aqui?

[ÀLÁ] Estamos por que temos que estar! A razão pela qual estamos aqui é para salvá-los, é para nos salvar! Não consegue ver? A beleza que há no cotidiano humano... O vai e vem, as luzes, o caos da cidade e a fragilidade do ser...

[ÌMÚNÁ] Nos salvar? Não precisamos de salvação! Salvá-los? Eles querem ser salvos? Só vejo pessoas e seus medos, suas agonias! – Respondeu impaciente.

[ÀLÁ] Eles são a razão de estarmos aqui, só estamos aqui por causa deles... Como uma unidade, uma simbiose, somos contínuos, continuidades... Somos extensões dos humanos e eles partes de nós, de nossa luz."

O lançamento do livro acontece na terça, 14 de janeiro, na Casa das Rosas.

Casa das Rosas
Av. Paulista, 37
14/01 às 18h às 21h

O livro pode ser adquirido no lançamento, ou pelo site

 


publicado em 13 de Janeiro de 2020, 11:26
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