A ex de Johnny

Lembra-se de Dani? Estilo Maria-chuteira, loira, baixinha, coxuda, bunduda, tesuda, mas que fora trocada por bonecas infláveis? Isso! A ex de Johnny!

Pois é, aparentemente quem se deu melhor desde a separação foi ela. Na época do término de seu namoro com JJ, Dani se deprimiu tanto que resolveu pendurar suas chuteiras e fazer o bom uso dos chinelinhos de dedo. Recheou uma mala com biquinizinhos estupidamente cavados e preencheu o banco do carona de seu carro com a melhor amiga, Vandinha (20 aninhos, cabelos claros e compridos “beijados” pelo sol, alta, magra e muito charmosa).

“Floripa, aqui vamos nós”.

Detalhe 1: época de Carnaval;

Detalhe 2: Vandinha também adorava biquínis que cabiam na palma da mão;

Detalhe 3: elas tinham um plano.

Chegaram à ilha sem destino certo, sem preocupações ligadas a “cama, mesa e banho”. Conseguiram uma pousada na Praia dos Ingleses (segundo balneário que fica lotado por turistas argentinos) e duas máscaras. Pronto! O verão estava feito. Para Dani, esta seria a oportunidade “master” de conseguir não lembrar que um dia foi trocada por bonecas infláveis, e para Vandinha, o momento ideal de compartilhar as coisas boas da vida com sua amiga.

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As maravilhas proporcionadas por tão pouco tecido.

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No primeiro dia, fizeram tudo ao extremo: tomaram sol demais, beberam exageradamente, caminharam quase a mesma quilometragem do caminho de Santiago de Compostela e compraram tudo que foi bugiganga oferecida na beira mar. A noite para elas não chegou a ser uma criança e tampouco completou a maioridade. Entregaram-se aos lençóis com cheiro de sabão em pó e só acordaram com a claridade que parecia debater-se em cada parede daquele quarto.

No segundo dia, o detalhe 3 teve o mesmo encaixe que a parte do biquíni fio-dental nas duas bundas arrebitadas. Ou seja, perfeito. Dani e Vandinha abandonaram a areia no final da tarde. Ainda de biquíni e shortinho curto bem colado, começaram a seguir os bloquinhos de Carnaval pelas ruas estreitas de Ingleses. Ao som de “o seu cabelo não nega mulata”, avistaram Iván: bonito, argentino e solteiro. Exatamente nesta ordem, pois, após ambas terem-no achado bonito, vieram a descobrir sua nacionalidade ao perguntarem se ele sabia de alguma pizzaria ali por perto. O último adjetivo souberam quando já estavam deitadas e abraçadas com ele, uma de cada lado, em uma das dunas que separam Ingleses de Santinho. (Iván teve a certeza de que nem tudo acaba em pizza neste país).

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Hm... Como eu digo "Que pica grande" em espanhol?

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Era noite. Era uma o beijando e a outra com a mão deslizando em seu pau. Era uma beijando a outra e ele as acariciando. Eram as duas o beijando, ele penetrando Dani e enfiando o dedo em Vandinha. Era o dia acordando e os três indo dormir nos lençóis com cheiro de sabão em pó.

Terceiro e último dia das duas safadinhas e surge convite de Iván para elas conhecerem sua casa em Buenos Aires. Despedida com máscara de lantejoulas roxas e detalhes com purpurina prata que custaram a sair dos corpos suados e lambuzados de espumante. O que restou foram os lençóis com cheiro de trepada “da boa” e as promessas de se reencontrarem logo.

Dani e Vandinha pareciam estar mais unidas que nunca. Na volta para a capital gaúcha, Porto Alegre, a ex-Maria-chuteira e ex de Johnny, encharcou a calcinha de puro tesão pensando no argentino. A outra ficava com os bicos dos seios tão duros, ao lembrar das transas, que chegavam a provocar uma dor gostosa.

Vandinha recomeçou a faculdade de biologia ao final daquele verão e Dani pegou um vôo com destino ao prazer... ops... a Buenos Aires!

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O tesão move o mundo.

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Iván a aguardava no aeroporto e a sua casa parecia esperar pela loira baixinha e gostosa. Velas por todos os lados, incensos ajudando a favorecer o clima. Ele estava apaixonado por ela! A mala quase fora esquecida dentro do carro, tamanha a vontade de se comerem, se esfregarem, se chuparem...

E assim fez-se aquele momento, até chegar a hora em que Dani precisou ir ao banheiro. O argentino deu-lhe libertade e aproveitou para sair e buscar algo para comerem.

“Cadê Dani?” – ele se perguntou, ao perceber que a mala não estava mais no chão da sala e que suas roupas não se encontravam jogadas ao canto da cama. Bateu na porta do banheiro e não obteve resposta. Abriu-a com rapidez. Dani não se fazia mais presente. A única coisa que ainda estava, encostada na parede de azulejos, era Juju, nome que ele deu a sua boneca inflável.


publicado em 30 de Dezembro de 2008, 13:58
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Clarisse Colombo

Jornalista. Geralmente escreve por insights noturnos e jura que seus contos são totalmente fictícios.


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