A comoditização do tempo | WTF 57

O Eduardo Pinheiro explica como estruturamos o tempo e como o transformamos em mercadoria

Todo mundo já ouviu a expressão “tempo é dinheiro”. Porém, ao contrário do que se imagina, ela não guarda tanto uma cópula entre um predicado e um sujeito, ou afirma uma identidade entre dois sujeitos; é sim um imperativo: façamos do tempo dinheiro. Trata-se de um conjuro do capitalismo, a reificação da própria noção de tempo como elemento de uma fórmula que supostamente tem a ver com uma “realidade econômica”, seja lá o que isso for.

Fazendo o tempo (de alguém) valer

Há óbvios problemas lógicos e morais na bolha dinheirocêntrica criada pela ideologia. A noção de tempo não é facilmente explicável, se é que ela pode ser. As tentativas de coadunar nossas duas visões prevalentes (e corriqueiras) do tempo  a de que ele é uma sequência de eventos que existe num tempo absoluto, e a de que temos um presente que se torna futuro e deixa de ser passado , foram demonstradas como contraditórias no seminal “A Irrealidade do Tempo” (contemporâneo mas não relacionado com os shenanigans de Einstein, que por sua vez também não fizeram nada para ajudar a situação ontológica do tempo). A física utiliza um mero formalismo da primeira opção, enquanto que a economia, como nossa fala corriqueira, mistura as duas.

Mas, em outras palavras, nossas noções de tempo não fazem sentido senão como abstrações que necessariamente excluem aspectos naturais da experiência (e de nosso uso corriqueiro da linguagem) com relação ao tempo. O tempo que é medido e usado não é o tempo que existe em nossas expectativas humanas e consciência (e que também não é o tempo que existiria independentemente dessas construções, se é que ele realmente pode existir assim).

A mensuração do tempo efetivamente adiciona uma nova dimensão de complexidade, e opção de abuso pela visão que economiza todas as coisas concretas e abstratas. Claro que, se antes projetávamos ideias de sequência e causalidade em um mundo sem história – Fulano matou a capivara (naquele dia chuvoso em que também perdeu um dente) E depois bebeu água (ao que se pode seguir interlocuções lacônicas como “e foi daí em diante que as coisas degringolaram”); ou: juntando tais e tais condições no tempo X (qualquer que ele seja) se consegue produzir fogo no tempo Y (o que é um uso atemporal da noção de tempo) – quando a agricultura demandou que o tamanho dos dias e as estações fossem melhor demarcadas isso trouxe outra dimensão problemática para a sucessão de fatos e para a causalidade – que, é claro, dependem das noções de tempo. Se passou a olhar para os céus em busca de indicadores, e se começou não só a contar os anos, mas contar os anos perante uma convenção estática e determinada, um calendário. E com isso nasce, além dos causos num tempo sem designação, a história demarcada e com um tempo proporcional, ajustado numa régua – como se a quantia abstrata que marca cada década ou século indicasse algum tipo de identidade atemporal entre elas: como se dez anos fossem sempre a mesma coisa, década após década.

De novo e de novo...

A historiografia do calendário é extremamente complexa, mas para nossa presente crítica em termos de viés econômico resta saber que, com a agricultura, o trabalho passa a ser, pela primeira vez, confinado em unidades discretas, e assim surgem as primeiras noções de eficiência – isto é, o melhor uso do tempo para a maior produtividade possível. Isso reorganizou a sociedade, e deu origem a certas configurações do que chamamos “civilização”. Ainda que, como a mera acumulação de qualquer coisa, seja um valor arbitrário: “mais” e “melhor” vinculados a uma falta de perspectiva em tempos mais cotidianos ou extremamente mais vastos. Escolhemos o ano, ou trimestre, ou o dia, e nessas unidades discretas vamos comparando “produção”, e se ela diminui, estudamos para ver o que fizemos de “errado”.

A comparação dessas unidades discretas cria noções de metas, e assim usurpa a teleologia, que era transcendente, para a temporalidade. Passamos a surfar o jogo das contingências, chasing the dragon das regras de um joguinho temporal maior do que o que nossa consciência cotidiana compreende, mas ainda assim mesquinho no esquema vasto das coisas. Buscamos repetir aquela experiência de pico, o sucesso de três verões atrás, os anos dourados, assim por diante – e quando vem a ressaca inevitável, que outra solução senão tentar pegar a próxima onda? Imanentização do éskhaton, no mínimo: ao “colaborar” com os processos “darwinianos” naturais, o “resultado” será atingido. Qual resultado? O plano da criação, o fim dos tempos, e assim por diante, chegará mais rápido – ou qualquer “meta” arbitrária que inventemos. No fim das contas, o capitalismo, ao assumir a temporalidade como commodity, no seu cerne, se torna uma doutrina apocalíptica. É um Rei Midas que, ao perceber que tudo que toca vira ouro – que tudo que quantifica, gamefica – diz “sim! é isso mesmo! mais!”

Hoje nos espantamos quando vemos coisas como o ar e a água, ou talvez a genética, sendo comoditizadas. O loteamento dos recursos ocorre direta e indiretamente: o ar, por exemplo, é mais loteado pelas emissões, que produzem dificuldades para todos às custas do enriquecimento de alguns. Não é o ar que é vendido, mas ele se degrada com outras atividades econômicas e assim gera mais “custos” (de contas de hospital a todas as consequências econômicas da mudança climática) – daria para falar em sofrimento, mas “custo” parece o único jeito que o capitalista ouve o conceito. O uso do recurso que sai “de graça” agora faz dinheiro localizado no espaço e no tempo, mas a conta é de um futuro “inexistente” e não local: afeta a todos que virão a existir.

E, depois do tempo, ainda no lado mais abstrato das coisas, vemos o loteamento das mentes, principalmente pela publicidade – que de fato hoje mede os milissegundos que você fica neste parágrafo, e o quanto ele vale para ser vinculado com alguma palavra ou imagem que o leve a comprar. Sua atenção saudável e de boa qualidade, mensurada num eixo temporal, vale certo dinheiro para alguém que saiba explorá-la. As pilhas humanas de Matrix (que a bem dizer, não faziam muito sentido entrópico na trama do filme) ganham uma analogia em outro sentido diante dessa revelação.

Os sortilégios capitalistas botaram cercas primeiro ao redor de propriedades, e cada vez atingem domínios mais abstratos: primeiro ideias foram patenteadas e direitos autorais garantidos (com regras relativamente arbitrárias e que se tornam complicações na medida que ficam obsoletas), e agora a própria substância da mente, a qualidade da atenção, é explorada tal fosse um veio mineral no solo.

Mas, se para as coisas concretas e algumas das coisas abstratas, faz sentido, num ponto de vista convencional, e de bem público, cultivar cercas abstratas e proteger interesses econômicos específicos, no que diz respeito ao tempo, essa coisa irreal e contraditória, isso nunca teve justificativa. A arbitrariedade de comparar fatias de tempo, em parâmetros também arbitrários, é absolutamente ideológica.

A tentativa de justificativa veio de uma perspectiva progressista, evolucionista no sentido específico de que “as coisas apenas melhoram”, e assim chegar “mais rápido” no futuro (acelerar o tempo! obter “resultados”!), é justificado. Esta é a ilusão do “crescimento”: um índice calculado em termos de riqueza produzida, população e, claro, tempo. E essa é mais uma das perspectivas dezoitocentistas que se imiscuiram na cultura de forma não examinada. Mais do que isso: a perspectiva já pode ter sido em tantos aspectos abandonada, mas suas consequências diretas seguem.

Explico. Num mundo em que não há eventos inesperados, crises, erros, cisnes negros, altos e baixos – num mundo em que as melhorias são contínuas e certas – acelerar o ritmo delas é talvez ético, justificável, louvável. Num mundo desse tipo, engenharias sociais ao estilo “grande salto para frente” seriam justificáveis: afinal, o que é matar de fome uma população hoje, se é “garantido” que depois todo mundo vai viver numa abundância comunista ou algo do tipo? Sacrifícios agora, bonança depois.

O capitalismo não é diferente, ele promete bonanças progressivas com cada vez menos sacrifício: e as oscilações dentro disso, que acabam ocorrendo, são só intervalos a se usar para fazer “ajustes”. Quem sofre, ora, está aí para sofrer: a preocupação é fazer esse bolo crescer! Já que as coisas, num sentido último (teleologia capitalista) sempre melhoram, percalços são apenas percalços, e soluções geniais sempre surgem, vamos em frente. A crise não é o “problema” do capitalismo, é seu principal motor. Avante, triturando quem está agora aqui, e já deixando a situação difícil para outro tempo num outro mundo possível: o que importa é se os índices melhoram. O quanto esses índices relatam a experiência das pessoas, ou o quanto de injustiça estatística está sendo cometida, bem, como isso é imponderável, deixa para lá. O que importa é o que podemos gameficar.

Mas depois dos 1800 e dos 1900, já temos muitos francos motivos para duvidar, ou pelo menos para não aceitar como autoevidentes, o fato de que as melhorias são certas e contínuas: sabemos que para cada solução que a tecnologia nos apresenta, ela apresenta tantos outros desafios. E alguns deles estão começando a realmente parecer catastróficos – basta uma só coisa dar bem errado que as coisas podem declinar muito, e bem rápido. Em termos naturais, efetivamente, não há nada que garanta continuidade alguma – e se estamos justamente tentando reforçar ou duplicar valores naturalistas (por distorcidos e mal entendidos que sejam) – duplicamos também as mesmas arbitrariedades e a ausência de valores propriamente humanos. 

Cada uma das melhorias que tivemos é relativa: maravilhosa em certo aspecto, terrível noutro – isso sem entrar nas externalidades e imprevistos. Não há quem olhe para o computador (e suas variantes de bolso, etc.) sem um misto de “puxa, que coisa fantástica” e “agora eu vivo em torno disso”. Todo mundo virou simultaneamente neófobo e neófilo, com apenas uma tendência um pouco maior para um dos lados, embasada em temperamento. 

Mas no fundo reconhecemos que já está tudo “programado”: para viver hoje, precisamos desses eletrônicos todos, e dessa superestrutura urbana que é tão frágil – sem falar nos confortos que passamos a tomar por essenciais, e que talvez também não façam tanto por nossa humanidade. Meras distrações da vida bem vivida – que só se torna um foco quando procuramos um produto qualquer, uma ideologia, uma terapia, para “resolver” nosso constante treinamento em futilidade.

É uma ambivalência prevalente em todos os âmbitos, mesmo porque já nem temos comparação – fora nossos avós, que já tinham metralhadoras, penicilina, rádio, e talvez TV, e algumas descrições também sem possibilidade de contexto, não sabemos o quão terrível ou maravilhoso era viver nus, em contato com os elementos. A própria medida do sucesso vem em tempo: vivemos mais. Mas sob que aspecto? Qual a qualidade subjetiva desse tempo? Quanto de nossa vida não é gasto em publicidade, “emoções baratas”, ou envolvidos com brinquedos de relevância duvidosa? A questão de que tempos passados foram sempre mais difíceis, ou até o oposto, de que hoje os desafios humanos são os maiores de todos os tempos, é sempre uma comparação viciada. Nossos valores e nossas medições são específicos desse tempo.

Mas alguns momentos foram derradeiros, como quando se reparou, em algum momento nos anos 50, que alguma tribo humana podia unilateralmente decidir pela destruição de toda a vida na terra. Isso definitivamente foi um evento com certo diferencial.

Mas enfim, fora a perda do cabaço da consciência humana nos anos 1950, há uma ideologia de progresso que não é justificável, e a partir desse progresso incerto e ambivalente, justificamos condensar o tempo, isto é, fazer cada microssegundo entalhado no tic-tac metronômico do fetiche pelo discreto render mais um pouquinho, permitir mais uma produçãozinha. Pouco importa se ao espremer mais “coisas” de um instante de fato encha o mundo de “coisas” que em tempos distintos vão custar mais dinheiro (e mais tempo) para serem movidas e transformadas: o “depois” é apenas visto como mais uma oportunidade de lucro. Se eu criar um problema hoje, posso vender a solução mais tarde.

Os problemas criados são na apenas oportunidades futuras. Se hoje vendo um carro, amanhã vendo um ar-condicionado, e depois um tubo de oxigênio e uma máscara. Se em 50 anos o mar subir, estudo e compro as melhores propriedades, com vistas bonitas no oceano inchado – e já aproveito e compro ações de empresas de terraplanagem e aterro. As pessoas que vão ter que se deslocar e morrer de fome, bom, elas são como o frango nas gaiolas apertadas do abatedor: simples collateral damage do meu lucrinho.

Ah... desculpa

E, se não é um plano de imanetização do éskhaton, transformando o mundo numa espécie de paraíso dos Jetsons (para uma classe média de existência improvável), é uma mistura do viés protestante de valorização do trabalho (explorar bem esse mundo que Deus nos deu e prosperar com isso) com o apocalipse: ferre-se o mundo o quanto antes, porque ou é tudo poeira cósmica e nada importa, ou Nosso Senhor Jesus Cristo vai voltar e levar todo mundo voando para seu centro de férias em Sirius. Das duas, uma.

A temporalização, no sentido de fixar-se no passado, no presente ou no futuro, em quantias discretas de tempo, ou numa visão de “eternidade para depois”, é desumanização, perda de valores: a terra como algo separado, a pilhar, usar e estuprar, e a transformação da vida, sua e dos outros, numa espécie de jogo ou mecanismo inerte.

Mas além dos elementos discretos do tempo serem reificados, ele se “acelerou” porque acabou naturalmente inflacionado ao se tornar um recurso a ser explorado. E isso ocorreu já antes do fordismo e do taylorismo: um pouco depois de quando os monges inventaram o relógio para rezar na hora certa, e os sinos tocavam na hora da missa avisando a cidade inteira.

A crítica em termos de desumanização desses elementos é velha: já está nos “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin. A desumanização da máquina é essencialmente o metrônomo da engrenagem, que se espelha nas tantas pecinhas de iPhone que a escrava chinesa consegue espetar numa placa por dia, e no dia após dia dos índices da bolsa, no evento do salário cair na conta no dia certo, nas avaliações trimestrais da empresa e nos gráficos anuais dos economistas que estudam crises. É aquela planilha do Excel onde os momentos são caixinhas onde os valores dançam.

E não só a ilusão do tempo como commodity inflacionada e empacotada em reificação discreta gera bolhas inevitáveis, as sutis dessincronias entre os eventos naturais e as expectativas humanas se acumulam ciclo após ciclo, até que precisam ser necessariamente corrigidas com elementos e adendos cada vez mais estrambólicos para justificar as discrepâncias: o ano bissexto, os segundos adicionados num dia a cada x anos. E as férias não facultativas, as horas extras, o horário de verão, o Natal cair numa sexta-feira este ano, os atrasos de aeroportos, o jet lag, e mais um sem número de formas pelas quais os ciclos formais, por contingências ou imprecisões, entram em choque com os ciclos naturais.

Os ciclos naturais, do dia e da noite, e os mensais lunares, e as estações subsumidos e em escaninhos de miríades de mensurações artificiais e ansiolíticas. A agenda é uma prisão constante, onde há uma tentativa de controlar o futuro – o que dá certa segurança, mas que também tolhe infinitas possibilidades. Ninguém agenda “estar à toa”, agendamos exigências nossas e, principalmente, as dos outros.

Mas o problema também não está tanto nessa ordem metronômica, e nesse tipo de desumanização: modo geral a boa música, por exemplo, mantém um tempo não precisamente mecânico (a batida sem atrasar, nem vir antes do click), mas bastante coerente. O problema efetivo é a tendência de concentrar mais coisas em períodos cada vez menores: como se o maior número de notas em menos tempo fizesse melhor música. Num âmbito pessoal, descobrimos nosso limite e trabalhamos nele – afinal de contas, estamos sendo comparados com os outros, e parte de nosso sucesso vem de mostrar mais, produzir mais. Num âmbito de “estado de coisas”, é um abuso minerar o tempo em unidades discretas cada vez menores, e ultrapassar qualquer possibilidade da consciência humana ter algo a dizer sobre as ações automatizadas de milhares de algoritmos.

E aqui também a singularidade já aconteceu: algoritmos controlam boa parte do sistema financeiro, e perfazem ações de compra e venda que possuem impacto real no mundo, em microssegundos, e que, individualmente, nenhum ser humano conseguiria entender, se tivesse tempo para isso. São vários algoritmos duelando em velocidades enormes – como uma disputa de geeks para ver quem faz o melhor robô, só que para a analogia ser mais precisa, são robôs enormes que lutam em cima de cidades, dando uma de Godzillas econômicos.

E tudo isso por quê? Temos ideias de crescimento – se os indicadores não aumentam, culpamos o governo – e o próprio governo leva muito a sério esses indicadores. Dentro disso, temos ideias de eficiência: precisamos fazer mais e melhor, em cada vez menos tempo.

A hora preferida do jornal noturno

Mas o que é o tempo? Ninguém sabe: sofremos o tempo, o vivenciamos, mas não o explicamos e não o entendemos.

No fundo, crescimento e eficiência, e o loteamento do tempo, vem de duas perspectivas possíveis: uma visão apocalíptica, em que se quer fazer o céu na terra, ou destruir a terra para ir para o céu – e onde se acredita num progresso via trabalho (transformação da matéria) e utilização desse “presente divino”, uma terra a ser explorada – ou uma visão niilista, onde os processos naturais se tornam os indicadores morais, e onde destruir e matar, se der lucro agora, está ótimo, porque mais tarde está todo mundo ferrado de qualquer jeito. Não são visões essencialmente diferentes.

Isso, é claro, não precisa ser assim. Não precisamos seguir o algoritmo da ideologia predominante. Podemos acordar e ver que a arbitrariedade domina nossa vida, e assim tomar atitudes embasadas nesse reconhecimento.

O fato é que o tempo, principalmente o nosso tempo de vida na terra, possui um sentido subjetivo, e um valor pessoal. Sabemos o que é aproveitar bem nosso tempo, e modo geral isso não inclui estar subjugado pelas expectativas dos outros, bem como as expectativas que por vezes assumimos como nossas, mas que são alheias. Esse pouco tempo que temos é nosso, e deixá-lo ser usurpado por perspectivas ideológicas é uma verdadeira tragédia – a mesma tragédia de escravidão que sempre assolou boa parte da população da terra, mas que hoje ganha essa insidiosa versão abstrata.


publicado em 19 de Março de 2015, 00:00
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Eduardo Pinheiro

Diletante extraordinário, ganha a vida como tradutor e professor de inglês. É, quando possível, músico, programador e praticante budista. Amante do debate, se interessa especialmente por linguística, filosofia da mente, teoria do humor, economia da atenção, linguagem indireta, ficção científica e cripto-anarquia. Parte de sua produção pode ser encontrada em tzal.org.


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