A arquitetura, o comportamento e as 8 ciladas do lar!

Beleza, requinte, praticidade, inteligência... adjetivos que só existem nos catálogos porque na vida real tá osso.

E passados quinze dias, adivinha quem retornou, Sherlock?

Após alguns meses escrevendo sobre Imagem Masculina, hoje daremos  uma pausa pra falar de algo necessário, dolorido e universal... as ciladas do lar.

Hoje o assunto permeará a Arquitetura e o Design (sim, porque a tia aqui tá voando demais, papai, qué isso!) e como suas criações afetam diretamente o comportamento humano.

Segue a bucha...

Você já parou para pensar que, por exemplo, o layout urbano, foi projetado e desenhado intencionalmente, para que todos nós nos comportemos de modo semelhante?

Digo, todo pedestre deve andar pela calçada, esta que é levemente mais elevada e estreita em comparação com as vias utilizadas pelos veículos. Note que não existe uma lei que te obrigue a usar a calçada. Mas nós usamos mesmo assim, pois ela foi projetada para nos sentirmos mais seguros e direciona nossas ações, mesmo que não tenhamos total controle sobre isso.

Sim, você acha que é livre e até a calçada manda em você. Tá puxado viver.

Quer outro exemplo?

Meu apartamento é virado para face norte. Isso significa que bate um sol desgraçado quase o dia todo (principalmente durante o inverno).

Para evitar danos nos móveis, eu deixo a cortina da minha sacada abaixada, o que me permite zero interação com meu vizinho de frente, que por sua vez enfrente a sombria e gelada face sul. Basicamente enquanto faz sol aqui, faz frio ali.

Esta é nossa arquitetura em massa, produzindo prédios altos,  volumosos, nos tornando moradores cada vez mais isolados e particulares dentro de nossas redomas.

Na Arquitetura, luz, material, espaço e cor, são cuidadosamente considerados e escolhidos. Cada decisão tomada por estes profissionais afetará diretamente nossa maneira de agir e nos relacionar. Mas é sabido que, como eu e você, estas pessoas também são demasiados humanos, o que isso significa?

Significa que um serumaninho desse também pode estar num dia ruim quando for trabalhar, que ele pode esquecer de refletir sobre algo ou de solucionar um probleminha do melhor modo.

E daí?  E daí que as chamas da vingança já encontram uma direção? A notícia triste é que a vingança não mudaria muita coisa.

O que nos resta é, juntos, espalharmos a palavra, e torcer pra que este texto fique tão potente que alcance escritórios de arquitetura e engenharia pelo mundo.

Moradores, uni-vos!

Estendendo a mão aos milhares que infartam de raiva diariamente em suas casas com a “genialidade” alheia, separo aqui 8 itens que não queremos falar a respeito, mas que precisamos fazê-lo.

Vem que hoje a casa é sua! (Ary Toledo vive em cada trocadilho que há em nós.)

1. A pia quadrada

Você, que inventou a pia quadrada, o inferno te espera.

Como a mesma raça que cria a uva sem caroço pode ter inventado essa desgraça? Cinco minutos vendo meu marido fazer a barba, dezoito horas vendo ele jogar água nas beiradas pra expulsar os pelos da cuba.

E a pasta? Se escovar o dente correndo e vazar, quando voltar, vai parecer uma explosão Alien. Desgraça que não escorre!

2. Pia com tampa sobreposta

Normalmente feita de mármore, ela é toda bonitona, sem o ralo aparecendo, pá, puro estilo. Só que deixa três dias sem limpar embaixo e descubra que você poderia ser um biólogo estudando os efeitos de um pântano.

A pia com tampa sobreposta tem a mesma lógica da fralda: "Ah, que lindinho, não precisa colocar o nenê no vaso pra cagar, ele faz e você nem nota", pensa o tio incauto. A verdade: aquela merda ainda tá lá, só mais escondida e encalacrada.

Tenho certeza que o mesmo gente fina que inventou essa pia também fez a embalagem de chandelle cheia de friso. Metade do chocolate ficará e jamais sairá. Irresponsáveis!

3. Parede chamuscada

Um dia alguém olhou numa parede lisa e pensou: “Mano, liso tá dahora... mas imagina chamuscada? Ce é loco.”

E o queridão só esqueceu de que dá mais trabalho pra fazer e pra repintar também. É feia, machuca a tia bolota e enrosca no vestido da sua sogra.

Valeu parceiro, só ideião.

4. Vaso sanitário encurralado

Culpa do pedreiro de lego ou da construtora que fez um banheiro inteligente do tamanho da caixa de fósforo?

Ah, essa moda do momento... tudo que é pequeno ganha esta nova alcunha: inteligente. Estacionamento inteligente. Pia inteligente. Cozinha inteligente.

O que eu quero saber é: como lava?

Cadê os fabricantes de rodinho inteligente?

Obs: se você não entendeu a imagem, é porque nunca lavou um banheiro na vida.

Gentinha.

5. Rejunte branco

Clarinho antes, encardido depois de um mês e, vai por mim, um certo dia você estará lá, com o vinagre na mão esfregando o chão com a vida para ver se dá uma clareada.

E realmente dá. Até a semana seguinte.

É como se despertássemos o Sísifo que há em nós!

6. Piso laminado no banheiro e/ou cozinha

Aí você vai visitar o decorado e se depara com aquela infinitude em forma de piso laminado, tudo nivelado, uniforme, bonitão, coisa linda mesmo.

Só que assim, segundo os fabricantes, não podemos molhar pisos laminados porque incha. Então me diz, como que lava a cozinha?

7. Cozinha americana em apê pequeno

Aquele apezão todo aberto, sem portas. Dá pra fritar o bife, conversar com a esposa, assistir o jogo, todo aquele dinamismo acontecendo. Mas a realidade é que você vai se sentir descendo a serra de Santos, quando na verdade só está cruzando da cozinha pro quarto.

Cabô conversa, cabô sofá, cabô a boa. E digo mais, se tua cozinha ficar perto da área de serviço, cabô inclusive as roupas que estavam secando no varal.

8. Toalha de rosto na frente da privada

O design de interiores sacaneou demais. Com a toalha na frente da privada. Você faz o que? Primeiro você usa o assento e manda aquele spray da descarga. Depois vem aquela surrada com suas partes no pano. Aí, pra finalizar, você usa para enxugar a mão ou a cara.

Francamente, senhor desenvolvedor de layout de banheiro.

E você, amigo leitor, lembrou de algum item que deixamos passar? Ajude-nos a deixar o mundo mais alegre!

Beijos e até daqui a 15 dias.

A Conto Figueira

Esta é minha marca, junto com Bruno Passos. Ela deu início pela incessante busca de camisas que vestissem bem e, pela nossa vontade de criar uma empresa que trata as pessoas como pessoas.

Com o tempo e poucas horas dormidas fomos conseguindo evoluir em qualidade, criação e atendimento até chegarmos no modelo de empresa que temos hoje.

 


publicado em 09 de Março de 2018, 00:05
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Camila Simielli

Proprietária da marca masculina Conto Figueira.


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