5 coisas sobre trabalho em equipe que eu aprendi com a Liga da Justiça

Com o filme da Liga da Justiça chegando, listamos algumas características da interação entre seres super-poderosos diante de desafios maiores que eles

O último trailer do filme da Liga da Justiça (que estreia dia 16 de novembro), tem o título de teamwork, trabalho em equipe. Uma bela estratégia de divulgação, uma vez que o trabalho em equipe é algo que está na própria essência do conceito da Liga da Justiça.

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Estreando em 1960 na revista The Brave and The Bold #28, a Liga da Justiça foi uma releitura da Era de Prata do conceito de super-equipe já estabelecido na Era de Ouro com a Sociedade da Justiça (1940-41). Em essência o conceito diz que, por mais poderoso, habilidoso etc. que um super-herói seja, existem ameaças que ninguém – absolutamente ninguém – pode enfrentar sozinho. Válido para o mundo da ficção, válido para a vida real.

Nas últimas décadas houve a ampliação da importância do trabalho em equipe em diversos âmbitos, o que marca uma maior percepção de que existem problemas que jamais vamos conseguir resolver sozinhos – por melhores que nós sejamos.

Então listei 5 coisas que aprendi com meus gibis da Liga da Justiça sobre trabalho em equipe e que são fundamentais para que um grupo funcione.

1. Tenha um objetivo em comum!

Em sua primeira história, na já mencionada The Brave and The Bold #28, Aquaman descobre a ameaça do alienígena Starro e imediatamente decide chamar a Liga pois percebe que não conseguirá derrotar o monstro sozinho. Quando são convocados, há a percepção comum de que há um objetivo maior a ser alcançado por todos.

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O trabalho em equipe é necessário quando um indivíduo não tem todas as habilidades e nem o tempo necessários para atingir um determinado objetivo. Porém, o grupo precisa saber com clareza qual é esse objetivo, para que a ação combinada construa o resultado. Isso é sinergia.

2. Saiba seu papel na equipe!

A Liga é formada por super-indivíduos com habilidades únicas e específicas. Batman é um mortal que caminha lado a lado com deuses como Superman e Flash. Não obstante, cada um tem seu papel na equipe, e esse papel é essencial.

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Há problemas que apenas as capacidades investigativas do Batman podem solucionar e outros que apenas a superforça do Superman ou a velocidade do Flash resolvem. Saber onde sua habilidade pode fazer a diferença em prol do grupo é essencial para o trabalho em equipe.

3. Utilize o trabalho em equipe para coisas que só o trabalho em equipe pode fazer!

O Aquaman não precisa da Liga da Justiça para governar os mares; o Batman não precisa da ajuda da Liga da Justiça para patrulhar Gotham City e a Mulher-Maravilha não precisa da Liga para enfrentar o mundo do patriarcado. A Liga da Justiça só se reúne quando é realmente necessário. O mesmo vale para o trabalho em equipe.

Existem tarefas que podem e são melhor executadas por uma única pessoa. O esforço coletivo nesses casos é um desperdício da equipe.

4. Confie na equipe!

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O Batman é conhecido por preferir trabalhar sozinho. Pior. Em muitas versões da Liga da Justiça ele simplesmente não confia na equipe.

Em uma de suas mais conhecidas histórias, chamada Torre de Babel, escrita por Mark Waid, o Batman guardava secretamente planos para neutralizar todos os outros membros da equipe. No arco, os planos são roubados e executados por Ra’s Al Ghul, que quase derrota a Liga. Ao fim do arco, o Batman é expulso da Liga, que já não confia mais nele.

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Desconfiança gera desconfiança. É preciso saber colaborar com a equipe, delegar tarefas (caso você esteja em uma posição de liderança) e, acima de tudo, acreditar na capacidade dos membros do seu time.

5. Resolva os conflitos!

A Liga da Justiça vive brigando e não só no sentido figurado. Não são poucas as vezes que as desavenças são resolvidas na porrada. Isso na verdade é um recurso de roteiro, afinal, o que move uma história é o conflito.

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Na primeira história na fase dos Novos 52, por Geoff Johns e Jim Lee, a origem da Liga é recontada. Os heróis precisam aprender a trabalhar em equipe para enfrentar a ameaça dos parademônios enviados por um dos maiores vilões de todo universo DC, Darkseid (inclusive o filme se baseia nessa hq, dentre outras).

Em meio ao conflito, Batman decide expor sua bem protegida identidade secreta, esperando assim criar uma base de confiança e, a partir disso, resolver os conflitos para que a equipe trabalhe unida.

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Em qualquer relacionamento haverá momentos de conflito, especialmente quando trabalhamos em equipe. É inevitável. O problema não é o conflito em si, mas o modo como resolvemos. Criar uma base sólida de confiança entre os membros da equipe é fundamental para a resolução desses conflitos quando eles surgirem – e vão surgir.

Então, quando tiver problemas com sua equipe, olhe para os super-heróis. Eles certamente vão nos inspirar para acharmos o caminho certo.

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Esse texto faz parte da parceria editorial entre o PapodeHomem e Os Quadrinheiros. São dois textos originais por mês, publicados sempre às sextas-feiras para você se introduzir na linguagem do maravilhoso universo das histórias em quadrinhos e suas derivações.

Se você curtiu e quer mais é só conferir o site e o canal no Youtube, além do mais recente lançamento deles: o livro "Quadrinhos através da história. As eras dos super-heróis" lançado este mês em parceria com editora Criativa e o Observatório de História em Quadrinho da ECA-USP.

Nós já recebemos o nosso e vale muito a pena.


publicado em 27 de Outubro de 2017, 00:05
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Bruno Andreotti

Aficionado por super-heróis em geral desde a série estrelada por Adam West e mais ainda pela mídia na qual nasceram, os quadrinhos. Escreve periodicamente sob pseudônimo de Nerdbully no blog Quadrinheiros, com canal e podcast.


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