Nota editorial: estamos em busca de Bom dias com homens e com mais diversidade de corpos e peles — aqui explicamos em mais detalhes o contexto atual da série, suas origens, obstáculos e nossa visão de futuro para ela. Se você é fotógrafo(a) ou tem um ensaio que deseja publicar, fale conosco pelo jader@papodehomem.com.br.
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Em meio a severas cobranças sobre meu corpo e algumas crises de autoestima, um amigo me chamou para tirar umas fotos. O ensaio anterior me deu dúvidas por eu nunca achar que meu corpo conseguiria representar tanto quando o dela representou, e significar o que significou pra ela e que, junto das minhas próprias cobranças sobre como eu colocaria tudo aquilo a qual eu estava insatisfeita numa foto, me trouxe um milhão de sentimentos. Conversa vai e conversa vem, acabei por me inspirar no próprio sentimento do fotógrafo que tinha um propósito lindo a respeito dos ensaios.
Fiz com a ideia de ser algo natural, cotidiano e meu.
E esse amigo, o Matheus, me deu esse ensaio.
Que mais do que meu é para mim. Que me fez entender que o natural tá bem além do cenário. O natural são minhas curvas, sejam elas quantas forem. São minhas imperfeições, os erros. Que é o que me faz eu. Feliz hoje, não só com a pessoa que eu sou mas também com o corpo que eu carrego. Sou feminista e sempre adorei falar disso.
Pedir desconstruções, incentivar outras garotas. Mas a mais difícil dessas desconstruções é a feita com a gente mesmo. Temos de aprender a ser-nos, com amor. Aprender admirar nosso corpo, como mulheres, como orgânico e não como profano.
O nu é libertador.
As fotos são do Matheus Mirais.
Boa semana a todos.
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