Nota editorial: estamos em busca de Bom dias com homens e com mais diversidade de corpos e peles — aqui explicamos em mais detalhes o contexto atual da série, suas origens, obstáculos e nossa visão de futuro para ela. Se você é fotógrafo(a) ou tem um ensaio que deseja publicar, fale conosco pelo jader@papodehomem.com.br .
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Me despir para as lentes de um desconhecido foi a mesma sensação de ser livre!
No começo achei que fosse me envergonhar e que iria ficar constrangido, mas foi tão leve e sutil a forma com que agimos que já me sentia como “melhor amigo” do Alejandro, aqueles que você toma banho ou troca de roupa na frente sem nenhum pudor, sabe? No começo eu me achava meio gordinho, mas no decorrer das fotos já estava me amando tanto que a barriga não me chamava mais atenção, comparada ao restante da foto, a luz, as poses, o lugar, a forma como ele via poesia em cada canto daquele espaço maravilhoso que tomamos conta como nosso, de tão à vontade que ficamos.
Tive a liberdade de me posicionar a frente das lentes como me sentia melhor e isso me trouxe uma liberdade tão grande que no final eu já não me enrolava mais na toalha! As fotos trouxeram um sentimento de aceitação muito grande para mim, e não me importava mais com comentários como: “Nossa, seu corpo nu circulando na Internet?”, “Nu? Tipo garoto de programa?”.
Eu só respondia que sim, mas com uma pequena diferença: aquelas ali eram fotos profissionais, sem vulgaridade ou promiscuidade. Algumas pessoas até me procuraram depois com intuitos afetivos, outras com comentários bem safados sobre minha bunda, mas no fim confesso que me senti realizado e mudei completamente minha visão sobre o nu, deixando até com aquela vontade de vestir sempre menos roupa!
As fotos são do Alejandro Zenha.
Boa semana a todos.
publicado em 14 de Novembro de 2016, 00:00
