[18+] Bom Dia, a volta do #365nus

Uma foto por dia, uma pessoa nua por dia. É essa a ideia central do projeto do Fernando Schlaepfer

Nota editorial: estamos em busca de Bom dias com homens e com mais diversidade de corpos e peles — aqui explicamos em mais detalhes o contexto atual da série, suas origens, obstáculos e nossa visão de futuro para ela. Se você é fotógrafo(a) ou tem um ensaio que deseja publicar, fale conosco pelo jader@papodehomem.com.br .

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Seis meses atrás rolou  um post por aqui sobre o começo do projeto #365nus, em que eu fotografo pessoas comuns com a única roupa que é comum a todas pessoas: nenhuma.

Francisco Costa (#300, #301, #302)

Participar desse projeto para mim foi como dar continuidade a algo que fiz. Trabalho com o Fernando desde 2012 e aprendi quase tudo com ele, que inclusive me deu o conselho de fazer um 365 e eu o fiz. 

Quando ele foi começar o dele, conversamos bastante. A ideia da minha foto veio da última foto do meu projeto, na qual montei meu quarto na praia. Montamos então um quarto numa cachoeira. 

Pra mim foi muito emocionante estar de novo nesse esquema da correria que um projeto diário tem. A coisa é sempre meio mambembe, sempre parece que não vai dar e pimba a coisa vai. Acredito muito em se expor como um caminho para uma desconstrução de si. Para mim não é por que eu já posei nu que é mais simples estar nu frente a câmera. É sim um movimento singular e muito delicado. Porém, só cresce quem se expõe. E é isso que vemos no crescimento desse projeto. 

Fico muito feliz de poder ter participado e de continuar participando. Parabéns, Fernando. E continue a se expor e a crescer com seu trabalho.

Polly Marinho (#329, #330, #331)

Posar nua pra mim é sempre libertação. Desde que fiz meu primeiro ensaio há uns 4 anos, virei outra pessoa. Não tenho mais vergonha do meu corpo e sei que sou linda e gostosa mesmo sendo uma mulher grande. Mesmo assim, é sempre e um choque pra sociedade e família.

Hoje em dia é uma das fotos que mais gosto de tirar. Me exponho, me liberto e seduzo. Eu adorei o projeto do Fernando por mostrar corpos comuns nus todos os dias. É a coisa mais natural do mundo. É como nascemos e deveria ser visto com muito mais naturalidade do que a nosso sociedade impõe. Me senti muito confortável com o Fernando, e olha que não nos conhecíamos antes das fotos, mas a energia leve e o profissionalismo dele foi tão grande que, apesar de ter acabo de conhecê-lo e de estar no meio de uma boate, me senti tão bem que já não queria mais botar a roupa.

Fiquei muito emocionada com as minha fotos. Nem todas foram as minha preferidas, pois expunha partes em posições não muito favoráveis ao meu corpo. Mas tente enxergar pelo o ponto de vista dele. O que ele queria era exatamente isso, a vulnerabilidade. E por que nós temos que estar sempre perfeitos se a perfeição não é da natureza humana?

​​Uyl Neto e Artur Figueiredo (#303, #304 e #305)

Vendo o #365nus como um projeto que já envolveu tanta gente diferente, representando diversos tipos, quando o Fernando nos convidou, juntos, não tive dúvida de que ficaria lindo. Acabou superando expectativas. Além disso, participar junto com o Artur foi uma experiência incrível, como sempre, reflete muito bem a nossa relação.

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Sempre tive aquela pequena insegurança com o meu corpo, normal de todo mundo. Aceitei participar do projeto por já conhecer, confiar e acreditar no trabalho do Fernando. O resultado foi 100% positivo. Participar a segunda vez, dessa vez com meu irmão levou a experiência a outro nível, pois foi um reflexo muito bonito da nossa relação, uma tradução eu diria, só tenho a agradecer.

Luisa Catharine (#261, #262, #263)

Conheci o trabalho do Fernando em 2015. Acompanhava por postagens as fotos relacionadas às campanhas de moda e o projeto #365nus, o qual tive a oportunidade de participar.

Até hoje custo a acreditar que de fato eu participei, pois de fã, tornei uma das modelos do projeto. Foi uma experiência única e o Fernando é um profissional que destaca-se pela atenção e respeito com as pessoas. Tais fatores possibilitaram que eu me sentisse à vontade com o meu corpo em frente à câmera. Havendo todo preconceito que nos cercam sobre nudez, tive que levar em consideração o meu lado profissional como modelo, e encarei esse trabalho e durante a sessão de fotos, até esqueci que estava nua, de tão à vontade que fiquei frente às câmera de Fernando.

Boa semana a todos.


publicado em 28 de Março de 2016, 00:00
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Fernando Schlaepfer

É fotógrafo de moda, música e comportamento. Inventou o tal do I Hate Flash, viaja bastante e se ainda não te viu pelado/a, aguarde.


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