17 filmes para assistir em março

Ressaca do carnaval e despedida do Oscar, o mês marca o começo efetivo do ano e já chega com uma boa lista de longas

Março é o mês das chuvas e a despedida do calor. É o tempo de piscianos e arianos encontrarem-se nos bares da vida, comemorando mais um verão. É a ressaca dos tempos carnavalescos e a despedida do fervor do Oscar.

As coisas entram nos eixos, se acalmam, o ano efetivamente começa.

Mas talvez esse seja um março atípico, porque há bons 17 filmes que merecem um tico da nossa atenção. Isso porque, veja, fui seletiva. Nunca havia visto uma lista tão cheia de lançamentos.

Dessa vez, acho que não vai dar pra assistir a todos eles. Tire daqui o que lhe deixar à flor da pele – de rir ou chorar.

1. Meu amigo hindu (03/03)

O retorno de Hector Babenco às telas conta a história de Diego, um cineasta com câncer terminal que resolve passar por um transporte de medula óssea experimental na tentativa por sobreviver.

Pra isso, vai até Washington, onde se interna e conhece um menino hindu de oito anos. Eles tornam-se amigos e usam as fantasias do cinema para inventar e aliviar o peso de suas vidas.

Além de Bárbara Paz, o filme conta com Willem Dafoe no papel de Diego e Maria Fernanda Cândido, Selton Mello e Reinaldo Gianecchini. Gente boa no cenário que tem potencial pra fazer filmasso.

Se prepare: é bem estranho assistir a um filme brasileiro em inglês.

2. Um homem entre gigantes (03/03)

Will Smith é Dr. Bennet Omalu, um neuropatologista forense que, durante a análise do corpo de um jogador de futebol americano, descobre um trauma cerebral novo que afeta diversos profissionais do esporte.

Dr. Bennet não hesita em levar o conhecimento a público, mas é claro que precisa vencer a guerra contra a NFL pra isso. É isso o que deve definir um filme cheio de tensão, daqueles nos quais bem e mal estão bem definidos e nos achamos torcendo pelo fim justo.

3. Nossa irmã mais nova (03/03)

Quando Sachi, Yoshino e Chika resolvem ir ao enterro do pai mesmo depois de não vê-lo por quinze anos, encontram a jovem Suzu, sua meia-irmã. Convidam-na para morar junto delas e a convivência as aproxima do pai em comum.

O maior apelo do filme é sua nacionalidade: quantas vezes já tivemos a oportunidade de assistir longas japoneses? Aposto na qualidade – o filme está no Festival de Cannes.

4. A bruxa (03/03)

A categoria de terror pode ser bastante bizarra. É por isso que a desconfiança em relação à qualidade da história geralmente vem primeiro na minha mente, mas esse aqui me chamou atenção: horror em meados do século XVII.

Uma família cristã mora numa pequena comunidade de outra religião em New England, mas são expulsos do local por sua fé. Mudam-se, então, pra um lugar mais isolado, onde podem ser mais livres, mas num instante o recém-nascido do casal desaparece.

5. Kung Fu Panda 3 (03/03)

Desconfio de adultos que não se divertem com as animações infantis. Elas quase sempre valem o ingresso.

No terceiro filme da série, o sumido pai de Po resolve visitar o filho e levá-lo para uma reunião familiar, onde é surpreendido por, claro, um vilão imbatível. Precisa dos seus amigos pra sair dessa.

Clichezão animado.

6. A senhora da van (10/03)

Estamos aqui novamente tentando entender o humor inglês. Afinal, por que não? O filme tem até Maggie Smith, do saudoso Harry Potter.

Ela é Mary Shepherd, uma idosa que mora dentro de uma van em Londres. Devido aos seus maus hábitos higiênicos, os moradores da rua querem tirá-la de lá, mas se surpreendem quando um deles oferece sua garagem a Mary.

Quem sabe agora a gente entende alguma coisa do sarcasmo inglês. Sigo tentando.

7. Convergente (10/03)

Quem já conhece a série Divergente sabe que esse é o seu terceiro filme.

Aqui, Tris, Quatro, Caleb, Peter, Christina e Tori deixam Chicago pra descobrir o que há além da cerca na qual estão confinados e descobrem uma nova sociedade.

É a distopia mais pop do momento.

8. Little Boy (10/03)

Um filme fantástico que passa pela história de Little Boy, um menino de oito anos de idade que está disposto a fazer de tudo – até mover objetos com o pensamento – para acabar com a Segunda Guerra Mundial e trazer seu pai de volta pra casa.

Fantasia e amor se unem pra falar da relação entre pai e filho.

9. A vingança está na moda (17/03)

Myrtle retorna à sua cidade natal no interior da Austrália depois de alguns anos. Com todo o talento de quem faz moda de alta costura, ela mostra a que veio pra quem um dia duvidou de sua capacidade vestindo as garotas da cidade.

A história tem pitada romântica, claro.

O filme leve parece bobo, mas boto fé em sua capacidade já que Kate Winslet topou protagonizá-lo. Quem sabe pra uma sexta à noite, buscando bom-humor enquanto sozinho no sofá da sala.

10. Mundo Cão (17/03)

Já peguei muito leve, mas agora a coisa aperta. O Brasil tá sabendo fazer filme pesadão, com larga carga criminal, e esse parece ser um deles.

Santana trabalha em um Centro de Controle de Zoonoses em São Paulo e, um dia, encontra um enorme cachorro. Mas seu dono só aparece dias depois pra buscá-lo, quando já é muito tarde e o cachorro está morto. Mas esse homem é mais perigoso do que Santana imagina.

11. Zootopia: essa cidade é o bicho (17/03)

Habitante de Zootopia, Nick Wilde, uma raposa, é acusada por um crime que não cometeu e foge. A melhor policial da cidade, uma coelha, segue seu rastro, determinada a fazer justiça, mas os dois inimigos acabam se unindo ao se verem vítimas de uma grande conspiração.

Enredo e roteiros tão complexos definem uma animação de público infantil mais crescidinho, mas nada impede que os bastante crescidinhos divirtam-se também em um chuvoso domingo à tarde.

Pra convidar afilhados, sobrinhos, filhos e enteados e comprar pipoca mega no cinema.

12. Conspiração e poder (24/03)

Depois de Spotlight, o jornalismo continua a ter destaque na indústria cinematográfica como uma ferramenta de denúncia. Aqui, Cate Blanchett e Robert Redford são os protagonistas da trajetória.

Ambos suspeitam que George W. Bush usou seus contatos pra não responder o chamado e não lutar na Guerra do Vietnã e querem vazar a história, mas precisam lutar contra instâncias do poder que abalam seus empregos e toda a emissora CBS.

13. Batman vs. Superman: a origem da justiça (24/03)

Sinceramente, não consigo entender o apelo das refações dos filmes de super-herois. Fato é que ela existe e não podia ficar de fora da lista.

Dessa vez, depois de Homem de Aço, Superman é considerado heroi por parte da população mundial enquanto outros não concordam com a sua permanência no planeta. Bruce Wayne é aliado dos inimigos do heroi e decide usar sua força de Batman para enfrentá-lo. Só que surge outra ameaça no meio desse embate.

14. Casamento Grego 2 (24/02)

Quando você tiver uma tarde livre do trabalho e quiser rememorar os tempos de Sessão da Tarde, vá ao cinema assistir esse filme.

Nada pretensioso, nada racionalmente exigente, nada que você já não tenha visto antes. Vai te relaxar e talvez até arranque algumas risadas.

Não que a história importe muito, mas voilà: achou que depois do primeiro filme todo mundo estivesse devidamente casado? Errou feio. Bora organizar outro casamento grego.

15. Fathers and Daughters (24/02)

Um pai assumiu todas as responsabilidades pela criação de sua filha quando a mãe falece, mas ainda em sua infância ele fica doente e as coisas mudam de rumo.

Vinte anos depois, ela se torna cuidadora de crianças com problemas psicológicos, mas ainda tenta entender os traumas emocionais da sua infância e o porquê de não conseguir amar, hoje.

Dramão.

16. Meu nome é Ray (31/03)

Ray nasceu com vagina, mas por toda a vida não se identificou com o gênero feminino, coisa que vem lhe causando sofrimento há tempos. Prepara-se para fazer a cirurgia de mudança de sexo, mas os obstáculos não são fáceis: desde a dificuldade de sua mãe até a recusa de seu pai que a abandonou, Ray precisa se reafirmar a cada instante.

O filme tem Elle Sanders, Naomi Watts e Susan Sarander e isso já é lastro suficiente. Promete uma construção sensível, que nos faz parar de olhar pras nossas próprias convicções por um instante pra ser capaz de enxergar o sofrimento de alguém.

17. Para minha amada morta (31/03)

Depois a morte de sua esposa, o fotógrafo Fernando torna-se um homem calado e introspectivo. Vive cercado de objetos pessoais da falecida, até descobrir, em uma fita VHS, uma surpresa que coloca em dúvida o amor da esposa por ele. Fernando decide investigar a verdade por trás destas imagens, desenvolvendo uma obsessão que consome seus dias.

O longa brasileiro promete ser um thriller interessante, revelando novos atores e um possível bom roteiro.


publicado em 27 de Fevereiro de 2016, 00:10
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Marcela Campos

Tão encantada com as possibilidades da vida que tem um pézinho aqui e outro acolá – é professora de crianças e adolescentes, mas formada em Jornalismo pela USP. Nunca tem preguiça de bater um papo bom.


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