Tour de France completa 100 anos – e "esquece" do Lance Armstrong

A organização do Tour de France publicou quarta passada um trailer celebrando a centésima edição da mais famosa e tradicional competição de ciclismo do mundo. Fiquei sabendo pela Go Outside.

Link YouTube | Vale assistir em alta resolução

De arrepiar, não?

No entanto, me incomoda pra caramba ver como varreram Lance Armstrong – o maior vencedor da história do Tour de France, criador da Livestrong Foundation e excomungado do mundo do ciclismo após descobrirem seu uso continuado de doping por anos – para debaixo do tapete, sem qualquer cerimônia.

Lance era a lenda viva do ciclismo, até o ano passado. Hoje, é uma incômoda pedra no sapato.

Não me parece nada saudável ou coerente apoiar o uso de doping. Por outro lado, como o Alberto Brandão já nos contou por aqui em seu texto "Doping: a suja verdade do esporte profissional", a própria indústria esportiva estimula o uso endêmico de substâncias ilegais. Vemos isso no UFC, na NFL, nas Olímpiadas, em todos os cantos. O público pode torcer o nariz para os infratores, mas segue sedento para que o show continue com cada vez mais recordes e fenômenos, como se esses brotassem do éter.

Tal discussão se transformou em belo debate no artigo do Daniel Bender: "Lance Armstrong responde: os fins justificam os meios?".

Acredito que vale retomarmos a pergunta: será possível existir esporte e atletas de elite sem a presença do doping? Como?


publicado em 08 de Março de 2013, 10:18
File

Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.

Sugestões de leitura