Sobre amor, dedicação e modelos de vida mais livres

Não precisamos de uma bola de cristal para adivinhar que o estilo de vida de um humano médio já está definido.

Podemos olhar pra frente e apontar com precisão seu caminho básico numa ótica macro. O sistema se encarregou de organizar nossa vida. É simples dizer que uma pessoa com mais ou menos trinta anos, estudou seus primeiros anos de vida numa pré escola, provavelmente a partir dos 4 anos. Depois, por volta dos 7 anos entrou na primeira série onde foi até entrar no segundo grau, como era chamado o ensino médio há não muito tempo.

Lá, começou a se preparar para prestar um vestibular e entrar numa faculdade. Seu primeiro emprego não fazia muito sentido e provavelmente pensou em pedir demissão algumas vezes até entender que todas as pessoas passavam por aquilo, então não poderia reclamar muito, teria que aceitar.

Não muito depois disso você vai começar a pensar na sua aposentadoria e se preparar para a inevitável morte.

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Estamos todos presos num ciclo óbvio, homens e mulheres. Procuramos um lugar de destaque, que nos diferencie do resto do rebanho, mas de maneira irracional, buscamos essa diferença fazendo o mesmo que todos os outros fazem. E aqueles que realmente são diferentes, acabam sendo empurrados para a margem.

No livro Religião para Ateus, Alain de Botton explica de forma bem clara essa relação entre os “normais” e os que buscam fugir daquele ciclo.


Ainda que a sociedade moderna continuamente nos prometa acesso a uma comunidade, trata-se de uma comunidade centrada no culto do sucesso profissional.


Sentimos que estamos batendo à sua porta quando a primeira pergunta que nos indagam em uma festa é “o que você faz?” – e a resposta determinará se seremos bem acolhidos ou se nos abandonarão ao relento.


Nessas reuniões competitivas e pseudocomunais, poucos de nossos atributos valem como moeda para comprar a boa vontade de estranhos.


O que importa acima de tudo, é o que está em nossos cartões de visita, e aqueles que optaram por passar a vida cuidando dos filhos, escrevendo poesia ou jardinando ficarão com certeza de que foram contra a corrente dos costumes dominantes dos poderosos e que merecem ser devidamente marginalizados.


Quando decidi me juntar ao programa de formação empreendedores que estou participando e comentei por aqui, minha maior motivação era escapar do cenário acima, buscando um modelo de aprendizado alternativo onde eu me encaixasse melhor.

Nem todo mundo se sente bem no modelo tradicional. Muitos passam por um processo forçado tentando se adequar ao método aplicado pelo sistema, mas acabam falhando. Quando não entendemos o significado de uma coisa, é quase impossível nos sair bem naquilo. Isso não significa que um modelo deva substituir o outro, mas que devem existir mais opções disponíveis para aqueles que não se encaixam no padrão.

O vídeo abaixo me deixa com lágrima nos olhos. Sempre que vejo alguém que criou um caminho paralelo e se mostrou capaz de, não apenas gerar um modelo pessoal de vida baseado no que ama, mas transformar isso numa forma de gerar valor para outras pessoas, vejo que existe uma saída.  Não existe uma resposta óbvia para as necessidades de cada um, mas podem existir alternativas.

A Blue Ox Community High School, é um programa de ensino alternativo que fornece o currículo completo do ensino médio americano para seus alunos. A diferença da Blue Ox é que os estudantes aprendem o currículo com atividades práticas e trabalhos que estimulam o aprendizado criativo.

O objetivo é transmitir o que se aprende no ensino tradicional de uma forma mais prática, com uma abordagem comunitária e construindo peças de arte, que estimulam o senso de pessoal de conquista de cada aluno.

Veja o belíssimo documentário:

Link Youtube


publicado em 15 de Novembro de 2013, 11:49
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Alberto Brandão

É analista de sistemas, estudante de física e escritor colunista do Papo de Homem. Escreve sobre tudo o que acha interessante no Mnenyie, e também produz uma newsletter semanal, a Caos (Con)textual, com textos exclusivos e curadoria de conteúdo. Ficaria honrado em ser seu amigo no Facebook e conversar com você por email.


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