Nota editorial: essa é a primeira parte da entrevista com o Leo Lanna, um dos co-fundadores do Sensacionalista. Nas próximas semanas, soltaremos os próximos segmentos dessa conversa. 😉

Nos digam nos comentários se preferem assim ou com o vídeo na íntegra, como fizemos com os quatro primeiro episódios?

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Não é preciso ir muito longe para ouvir ou ler desabafos contra o que convencionou-se chamar de politicamente correto (essas críticas, inclusive, estarão presentes na caixa de comentários deste texto). Justamente por isso, encontrar o Leo Lanna — co-fundador do Sensacionalista e roteirista de programas como o Tá no Ar: a TV na TV —  é um sopro de ar fresco em um mundo em que comediantes que fazem graça com temas como estupro ainda têm vez.

Não, não era só uma piada. Aquele xaveco agressivo e indesejado nunca é um elogio.

Usar o adjetivo negro como sinônimo de algo negativo tem sim raízes racistas.

E não, o mundo não anda muito chato por conta disso.

“Chato é ser discriminado a vida inteira, chato é apanhar na rua. Não é só uma piada. O mundo está muito chato para quem não pulou para o século XXI ainda.”

Formado em história, Leo gosta do humor quente, pautado pelas oportunidades de momento, mas prefere fugir do caminho do riso fácil. Ainda que o objetivo não seja fazer piada ativista, sabe que a risada tem o poder de incomodar, fomentar a reflexão e, por conseguinte, inspirar transformações. Há também uma baita diferença entre criar o humor em cima do que a pessoa faz (ou das atitudes que ela toma) e fazer troça sobre o que ela é e, muitas vezes, não escolheu ser.

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Concordo com a posição e fico feliz com o avanço, apesar de compreender que se trata de uma luta diária não só para os humoristas, mas para a sociedade.

Não é mera coincidência que boa parte das piadas que cresci ouvindo giravam em torno de mulheres, negros, gays, imigrantes, pobres e adeptos de religiões menos comuns. Assim como não é à toa que, conforme essas vozes distintas da do homem branco heterossexual e classe média começaram a se fazer ouvir, o humor que se fazia em cima das pessoas outrora silenciadas passou a ser contestado.

A sociedade mudou e vai continuar mudando. Caso o humor se leve à sério, vai fazer parte desse processo também.

Mecenas: Consul Cervejeira

Conversas estupidamente bem pensadas pedem uma cerveja no ponto.

A Cervejeira Consul tem controle eletrônico de temperatura para deixar sua cerveja perfeitamente gelada, sem complicação.

Consul será o Mecenas da segunda temporada d’O Papo.  Vamos trazer convidados que tem ideias bem pensadas para dividirem suas visões, provocar, questionar e porque não, brindar conosco.

Toda semana uma entrevista diferente aqui no canal do Papo.

Ismael dos Anjos

Ismael dos Anjos é mineiro, jornalista e fotógrafo. Acredita que uma boa história, não importa o formato escolhido, tem o poder de fomentar diálogos, humanizar, provocar empatia, educar, inspirar e fazer das pessoas protagonistas de suas próprias narrativas. Siga-o no <a>Instagram</a>."