RT @Njr92 tah liberado!!!

As redes sociais estão liberadas na Seleção Brasileira. Isso não é bom. Mas também não é ruim. Aliás, é um pouco bom e um pouco ruim.

A parte boa é que trata-se de um entretenimento a mais ao atleta. Supostamente pressionado pelos recentes resultados ruins, o jogador da Seleção Brasileira vai para a Copa América como vai para qualquer outra copa: com a obrigação do título. Jogar no território inimigo nunca é fácil, gerando um desconforto e responsabilidade ainda maior sobre um time, segundo Mano Menezes, em formação.

A parte ruim é que o jogador de futebol brasileiro – a maioria – não sabe dosar a liberdade. Basta dar um pouco de corda para o desgraçado puxar o carretel inteiro. Essa cultura vem da péssima formação de base e da influência dos mais experientes. O excesso de liberdade em redes sociais não seria justificativa para uma derrota, mas pode causar um tremendo desconforto dependendo da postura dos jogadores a partir do início da concentração.

Pagode, marra e zona: tudo pela "concentração" do atleta

Se concentração ganhasse jogo, o time de Bangu 1 seria campeão carioca. Logo, a questão tratada aqui não é da necessidade de um cárcere moral. Mas precisamos entender que o jogador de futebol brasileiro não tem responsabilidade. O jogador de futebol brasileiro é – e é mesmo – mascarado. O jogador de futebol brasileiro embarca para a Copa do Mundo de boné aba reta. E quando você deixa o cara fazer o que quiser, ele avacalha.

Não, porra. Eu não quero uma seleção de cavalheiros e pastores evangélicos. Mas acredito que, no Brasil, o futebol é  muito importante para ser tratado desse modo. Vejo na imagem do jogador a representação do povo. Sinceramente, não consigo acreditar que é conversando com pagodeiros pelo Twitter e fazendo streaming do quarto que nosso time vai se concentrar para uma Copa América. E essa falta de bom senso entre os jogadores para entender o que eles significam me incomoda.

A culpa não é do Twitter. A culpa não é do guri pobre que ficou rico do dia para a noite. A culpa é da ganância dos dirigentes brasileiros que visam formar craques para revender, e não homens para incluir na sociedade.

Uma hora, quando já for tarde, isso vai fazer sentido.


publicado em 21 de Junho de 2011, 12:02
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Fred Fagundes

Fred Fagundes é gremista, gaúcho e bagual reprodutor. Já foi office boy, operador de CPD e diagramador de jornal. Considera futebol cultura. É maragato, jornalista e dono das melhores vagas em estacionamentos. Autor do "Top10Basf". Twitter: @fagundes.


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