Meu novo carro velho no museu aeronáutico | Na Estrada #3

-- Amor, finalmente comprei um carro!
-- Quê?
-- Adivinha só, é 93, a álcool e usa carburador!
-- O quê?
-- Vamos pra Sampa buscar ele comigo?
-- O quê?!!

E assim minha esposa ficou sabendo que eu comprei um carro novo. Quer dizer, um novo carro velho, de acordo com meu pai.

Não é a primeira vez que compro um carro em outro estado. De fato, esta é a terceira vez que saio do "quadradin" para trazer um carro pra cá. Só que nunca um carro com quase 20 anos na cara, com coisas que pessoas da mesma idade sequer sabem o que significam. Carburador? Distribuidor? Afogador?

Eis o motivador da viagem

Comprar um carro em outro estado e voltar dirigindo é um baita risco. Nas fotos tudo é lindo, maravilhoso, nunca bateu, não vaza óleo. Todas as vezes que fiz isso, amigos ou familiares que têm um bom conhecimento de automóveis viram o carro pessoalmente e me atestaram que estava tudo em condições de pegar estrada. Então encarei.

Após o baque inicial, o diálogo com a minha esposa continuou:

-- Vamos sexta, resolvemos os trâmites burocráticos, dormimos lá em Sampa mesmo e voltamos de uma vez. Mil quilômetros, diretão. É mole, já fizemos 1300km e foi tudo bem.
-- É.
-- Se bem que, após resolvermos tudo lá, podemos dormir no interior. Tem muita cidade com bons hotéis no interior de Sampa. Se, ao invés de 1000km, tivermos 700 km pela frente já é lucro. Afinal, vou ter que pagar hotel do mesmo jeito.
-- É.
-- Vou ver no Google Maps. Ribeirão Preto é interessante e perto. Ei, peraí! São Carlos é pertinho de Ribeirão e não desvia muito da rota. Caracas, oportunidade de ouro para visitar o museu aeronáutico! Putz, fechou! Vamos dormir em São Carlos, daí no dia seguinte vamos para o museu, caimos na estrada depois, dormimos em outro lugar e domingo a gente chega em casa!
-- Como?
-- Tudo certo então, vou reservar os hotéis e tirar as passagens!

Desta forma, iniciou-se uma das viagens curtas mais interessantes que eu já fiz. Sério, poucas coisas são mais legais que um carro velho, uma estrada e sua garota ao lado, fazendo companhia e passando chiclete de menta extra forte o tempo todo.

Chegando em Sampa, o dono do carro nos buscou no aeroporto. Resolvemos as pendências burocrático-financeiras, almoçamos, abastecemos e pé na estrada.

As rodoviass do estado de São Paulo são maravilhosas, porém com pedágios caros pra caramba. Chegada tranquila em São Carlos, no dia seguinte tomamos um café reforçado no hotel, museu e estrada novamente. O acesso é fácil na estrada que liga São Carlos a Ribeirão Preto. E bem sinalizado.

É bem impressionante o local após entrar no acesso ao museu. Galpões enormes e tudo bem cuidado. Pagamos o ingresso e entramos.

Após a entrada, passa-se por um corredor onde é contada a história da aviação, algumas miniaturas e peças de aviões antigos. No fim, um pequeno vídeo de 3 minutos e abrem-se as portas. Mesmo para quem não é um aficionado por aviação, a vista é impressionante. Para melhorar, nada de hordas de turistas. Além de nós dois, havia apenas mais dois caras visitando o museu. Tínhamos tempo, calma para ver tudo e infinitos ângulos para fotos.

Segundo minha esposa, eu parecia um menino em loja de brinquedos. Não sabia nem por onde começava. São tantos aviões, réplicas funcionais e miniaturas que as quase 4 horas que permanecemos lá voaram!

Tirei muitas fotos, vi os aviões em detalhes, pude ver ao vivo pela primeira vez alguns que eu nunca imaginaria ver na vida, apesar de admirá-los, como o Constellation, o F-4U Corsair, o Messerschmidt Me-109, o Spitfire, um dos P47 Thunderbolt que serviu à FAB na WWII, o Mig-21 Fishbed, o Mirage III. De quebra, havia lá vários outros aviões de grande relevância histórica, motores inteiros e com cortes para que se possam ver as entranhas deles, uma turbina de Boeing 747, um Cessna que pertenceu à Ada Rogato, dentre outras peças maravilhosas.

Constellation

F-4U Corsair

Messerschmidt ME-109

Spitfire

P-47 Thunderbolt

MiG-21 Fishbed

Mirage III

Cessna que pertenceu à Ada Rogato

Minha esposa já cansada, coitada, e eu ainda extasiado. Almoçamos por lá mesmo e caímos na estrada. Programamos dormir em Uberlândia.

Antes, porém, ao passar pelo posto polical rodoviário de Uberaba, uma surpresa. Um Fusca, um Fiat 147 e uma Harley Davidson – todos viaturas desativadas, porém em condições de rodar – expostos. Lógico que parei o carro. Pedi licença ao policial de plantão, que me autorizou a tirar fotos dos carros e da moto. Nessa parada inusitada ainda pudemos admirar o pôr do sol na estrada, um dos mais belos de todos.

O Fiat 147 e o Fusca lá atrás

E a Harley de bobeira

Após chegar em casa, minha esposa me pergunta o porque de eu estar com um sorriso meio besta no rosto. A liberdade da estrada, junto com ótimos momentos ao lado de uma boa companhia tem esse efeito colateral. Além disso faz bem pra alma.

Ainda mais se estiver a bordo de um antiguinho impecável que te transporta sem reclamar.

Este brinquedo é a turbina do Boing 747. Ao lado, sou eu.

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publicado em 10 de Outubro de 2012, 09:22
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Carlos Eduardo Almeida

Trabalha para viver. Fã de tudo que tenha pelo menos 2 rodas e um motor, principalmente se tiver misturado com amigos e estrada. Acha que sabe escrever e é pretensioso o suficiente para tornar público suas palavras tortas.


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