Como fazer pão de queijo

O segredo para o pão de queijo perfeito é o mais simples possível. Não economize no queijo.

Toda família mineira que se preze tem uma infinidade de receitas de pão de queijo. A mãe tem uma, a avó outra, aquele primo que tem um boteco no interior tem uma terceira e todas elas brigam por um lugar no panteão estomacal dos parentes.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer: embora pães de queijo horríveis tenham se espalhado pelo Brasil e muito mineiro vá te dizer o contrário, não existe o melhor pão de queijo do mundo. Ou, pelo menos, não existe só um melhor pão de queijo do mundo.

Para ensinar uma receita digna por aqui, fui buscar a receita da minha mãe – uma pernambucana radicada em Minas –, mas não encontrei e acabei misturando algumas das que mais gostei nas andanças pela internet (como a da amiga Lívia Aguiar) para tentar criar o meu próprio e idílico pão de queijo.

Se você também quiser se meter a criar a sua, a única coisa que precisa ter em mente é: o queijo é a estrela da receita, e não o polvilho. Não economize.

Os Ingredientes

1 kg de polvilho – na minha família a preferência é pelo azedo, mas eu gostei da ideia do Rodrigo Oliveira, chef do Mocotó, de usar também o polvilho doce. Usei uma mistura de 500 g de cada

5 ovos caipiras – sim, tem que ser caipira

1 xícara de leite integral

1 xícara de água

1 xícara de óleo – eu prefiro o de girassol, mas dá pra usar outro

1 colher de sopa de sal

3 xícaras de queijo canastra, meia cura, ralado – esse é o queijo favorito dos mineiros para pão de queijo, mas não é tão fácil encontrar fora das Gerais. Um queijo minas padrão segura a onda.

1 xícara de queijo parmesão ralado – eu gosto de misturar sabores (poderia ser ou outro queijo forte qualquer).

1 colher de manteiga – por que qualquer coisa fica melhor com manteiga.

O Modo de Preparo

- Coloque os líquidos e os temperos em uma panela – água, óleo, leite, manteiga e sal – e misture um pouco até levantar a fervura.

- Derrube a mistura em cima de uma panela ou vasilha com o polvilho e misture bem, para eliminar o aspecto farelento.

- Assim que esfriar, ponha literalmente a mão na massa. Acrescente um ovo de cada vez e misture bem, até ficar uniforme, antes de adicionar o próximo. Sovar a massa é um ponto crucial. Vá com a mão pesada e não economize na porrada.

- Deu liga? Coloque o queijo.

O Forno

Não tem muito segredo. Pré-aqueça o forno e asse por uns 20 minutos com 200º de temperatura antes de colocar as bolinhas (unte a mão com manteiga para não grudar). Como gosto deles mais douradinhos, costumo aumentar o calor depois disso, e deixo por uns 5 minutos.

O Resultado

Ainda não o chamaria de melhor pão de queijo do mundo, mas o sabor ficou bem honesto. Sequinho por fora, amarelinho e com bastante liga por dentro – decididamente, melhor do que 98% dos pães de queijo que o vício e a saudade de casa já me fizeram experimentar em São Paulo.

P.S.: Se você for a Beagá e quiser experimentar um pão de queijo tradicional e delicioso, recomendo a barraca da Dona Diva, no Mercado Central. Se quiser variedade e gostar de recheios e outras invenções gourmet, o endereço que você procura é A Pão de Queijaria

***

“Deixa que eu faço” é a série colaborativa de textos mão na massa do PapodeHomem. A ideia é reunirmos pessoas dispostas a contribuírem com guias e tutoriais, ensinando a fazer as mais diversas tarefas, das rotineiras às inusitadas. Com o tempo, queremos ter um compilado com todo tipo de passo-a-passo, para tornar o PapodeHomem um espaço cada vez mais útil.

Pode se programar: toda sexta, um texto com um guia ensinando a fazer algo prático.

Tem alguma ideia? Manda pra gente no e-mail deixaqueeufaco@papodehomem.com.br.

E, caso faça um dos tutoriais já publicados, põe a hashtag #deixaqueeufacopdh pra compartilhar com a gente. As mais legais a gente solta no Instagram do PapodeHomem.


publicado em 27 de Março de 2015, 22:25
Ismael veredas corte jpeg

Ismael dos Anjos

Ismael dos Anjos é mineiro, jornalista e fotógrafo. Acredita que uma boa história, não importa o formato escolhido, tem o poder de fomentar diálogos, humanizar, provocar empatia, educar, inspirar e fazer das pessoas protagonistas de suas próprias narrativas. Siga-o no Instagram.


Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.

Sugestões de leitura