Brasil, campeão de reciclagem de latinhas

Aparentemente, toda essa onda verde que o mundo vem passando começa a se tornar interessante. Financeiramente interessante. E isso, claro, atrai muito mais atenção do que um mero abraçar de árvores ou desencalhe de baleias.

Segundo dados da Associação Brasileira de Aluminío (Abal), em pesquisa conjunta com a Associação Brasileira de Fabricantes de Alta Reciclabilidade (Abralatas), em 2009 o Brasil conseguiu reciclar cerca de 98% das latas fabricadas no país.

No ano passado, a venda de latas consumiu 202,5 mil toneladas de alumínio, das quais 198,8 mil foram recicladas. Com essas cifras, o Brasil conquistou pela nona vez consecutiva o pódio de maior país reciclador de lata do mundo. No ano de 2008, o país havia reciclado 91% de suas latas.

Agora o corpo de Bender vale bilhões!

A notícia é boa tanto para os ambientalistas quanto para os capitalistas, uma vez que toda essa reciclagem gerou um volume financeiro de R$ 1,3 bilhões. Já para o lado dos ecologistas, as latinhas que voltaram a ser latinhas economizaram cerca de 2.900 GWh de energia. Números robustos que precisam ser traduzidos:


  • R$ 1,3 bilhões é o faturamento anual de empresas como a Editora Saraiva ou a Gafisa.

  • 2.900 GWh é o consumo anual de energia de uma cidade como Porto Alegre.

  • R$ 1,3 bilhões é aproximadamente o investimento atual do BNDES em construção de estradas.

  • 2.900 GWh foi o total de energia vendida no ano de 2007 em Macau.

Assim, com esses números, o apelo da reciclagem vem ganhando força. É claro que outros materiais têm de ganhar a mesma relevância, principalmente econômica, para que sejam mais respeitados na coleta seletiva e na consciência humana. No entanto, os resultados do alumínio já são animadores. Basta não esquecermos de que sustentabilidade não se reduz a reciclagem.

Agradecimento especial ao Caio Covos, pela pauta.


publicado em 01 de Novembro de 2010, 01:54
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Flaco Marques

Rapaz do interior de SP que vive suas desventuras na cidade grande. Poliglota valente, busca equilibrar o jeito cosmopolita de ser com a simplicidade caipira de viver.


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