A vida valendo pontos

Dizem que a vida é um jogo. Se fosse mesmo, seria menos chata em vários momentos. Ganharíamos pontos a cada manhã que acordássemos na hora certa, bateríamos recordes de menos calorias consumidas no placar geral entre os nossos amigos, passaríamos de nível ao levar aquela gata para casa...

Só que há um movimento nesse sentido. Um movimento que busca inserir mecânicas de jogo em tarefas mundanas para nos incentivar a fazê-las com mais consistência, sem falhar, sem reclamar tanto. O nome desse movimento é “gamification”.

Uma rápida busca por “TED Gamification” retorna um bom número de resultados bons para quem quiser entender o assunto. Mas até hoje a fala mais poderosa que eu já vi sobre essa tendência é a que o pesquisador e professor de design de jogos Jesse Schell deu no evento DICE em fevereiro de 2010:

Link G4TV | São quase 30 minutos da sua cabeça explodindo em possibilidades.

É assustador vê-lo falando sobre um futuro em que ganharíamos pontos por escovar os dentes três vezes ao dia, e que esses pontos podem ser trocados por desconto na consulta do dentista, mas é só ficar esperto e você vai ver que isso já está acontecendo em alguns pontos.

Você provavelmente usa ou conhece alguém que use o Foursquare no celular. Aquilo é talvez a mais bem-sucedida aplicação do conceito de gamification: você ganha pontos simplesmente por estar em um lugar. Ganha mais pontos se estiver com os amigos. Ganha mais pontos ainda se costuma ir sempre ao mesmo lugar. Ganha achievements dependendo de como usar o serviço. E, olha só: ganha descontos e participa de promoções se demonstrar a sua preferência por determinados lugares através das mecânicas do novo jogo que se tornou a sua vida social fora de casa.

Basta anunciar um jogo para ninguém querer ficar para trás

O que você acha dessa vida permeada por tarefas e recompensas? Onde mais você vê isso acontecendo? (Acredite: há muitos e muitos exemplos atuais e comuns. Já usei isso até para conquistar mulher, uma vez.) Você acha que isso deveria ser mais explorado ou é perigoso de alguma forma?

(Seu comentário vale pontos no DISQUS, que podem se reverter em você aparecer na lista dos leitores mais ativos no rodapé do PdH.)


publicado em 04 de Janeiro de 2012, 08:41
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Fabio Bracht

Toca guitarra e bateria, respira música, já mochilou pela Europa, conhece todos os memes, idolatra Jack White. Segue sendo um aprendiz de cara legal.\r\n\r\n[Facebook | Twitter]


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