Nota editorial: estamos em busca de Bom dias com homens e com mais diversidade de corpos e peles — aqui explicamos em mais detalhes o contexto atual da série, suas origens, obstáculos e nossa visão de futuro para ela. Se você é fotógrafo(a) ou tem um ensaio que deseja publicar, fale conosco pelo jader@papodehomem.com.br .
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Minha fase de escola não foi, digamos, muito boa. Sempre fui a piada, sempre tinha um apelido novo e nunca fui a menina mais bonita da escola também. Conforme os anos se passavam, minha rebeldia aparecia mais, me escondia na adolescência entre maquiagens escuras e roupas largas, o roupeiro do meu irmão mais velho era meu tutorial de moda mais seguido.
Sempre ouvia que não era feminina e nada atraente.
Conforme entrava mais na vida adulta, me perdia entre pessoas que talvez pudessem me encaixar no mundo. Comecei a andar com elas, me vestir como elas, me maquiar como elas, ser como elas. Logo me vi num mundo fútil e com pessoas que não se importavam comigo, num mundo de números onde eu apenas era mais uma! Cansei. Acordei. Me obriguei a levantar e seguir sozinha!
Encontrei no nu uma forma de liberdade, de dizer foda-se para o mundo e mostrar que estou aqui e muito realizada. Quando a Priss me fez o convite, era meu segundo trabalho assim. Passei também pela experiência em outro projeto autoral e de ser Hopeful SG, e cada ensaio me apaixonava mais pelos flashs, me envolvendo com os trabalhos, me dedicando e tentando fazer melhor em cada trabalho.
Mostro meu corpo como uma forma de me expressar para o mundo, de que toda mulher é sexy e pode ser sexy. Não quero minha imagem ligada ao sexualismo, quero minha imagem ligada a todas a prisioneiras que gritam dentro de um corpo.
Liberte-se !
As fotos são da Priss Arteaga, que está também no Instagram com o Projeto Abandono.
Boa semana a todos.
publicado em 24 de Outubro de 2016, 00:00